Exclusivo: Bruno fala sobre a vida na prisão, da esperança de voltar aos campos e da morte de Eliza

Alessandra Mendes e Fernando Zuba - Hoje em Dia
11/08/2013 às 09:38.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:52

“O que eu vou dizer para o meu filho? Que eu mandei matar a mãe dele? O que eu vou dizer pro meu filho futuramente?”. Os questionamentos são do goleiro Bruno Fernandes, hoje com 28 anos, há três preso pela morte da mãe de um de seus filhos. Às vésperas do Dia dos Pais, o jogador conversou com exclusividade com o Hoje em Dia na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e mandou um recado para Bruninho. “Independentemente do que aconteceu, quero que ele me perdoe, porque o amo. Quero que ele me dê a oportunidade de contar a verdade, e não o que está no processo”.
 
O jogador não se esquivou de falar sobre o assassinato da ex-amante Eliza Samudio. Até aproveitou a oportunidade para convocar seus “parceiros de crime” a indicar a localização do corpo da vítima. “Eu peço que entreguem os restos mortais para que seja feito um enterro digno para essa pessoa. Mas eu não posso, não está em minhas mãos. Eu não tenho esse conhecimento”.
 
Ele mantém a versão apresentada no julgamento de que não mandou matar a mãe de seu filho. Entretanto, confirma que sempre soube que ela tinha sido assassinada e não fez nada para impedir.
 
“Eu poderia ter feito alguma coisa e não fiz. Se, no Rio, tivesse impedido a vinda dela para Minas, isso não teria acontecido. Mas fechei os olhos e fui deixando acontecer até que chegou a isso. Se você me perguntar: ‘Você sabia?’. Eu sabia sim, mas eu não mandei matar ela”, afirma. Durante aproximadamente duas horas, o ex-ídolo do futebol brasileiro também falou da família, amigos, a vida na cadeia e os planos para o futuro.
 
Com o uniforme vermelho da prisão e calçando chinelos brancos, Bruno não é mais o réu abatido e cabisbaixo que recebeu a sentença de 22 anos e 3 meses de prisão no Fórum de Contagem há 5 meses. Altivo, sorridente e até brincalhão, o atleta mantém vivo o sonho de voltar aos gramados.
 
Cercado pelos altos muros da penitenciária, ele costura bolas de futebol e já ensaia seus primeiros passos como atacante. “Enquanto tiver sangue correndo em minhas veias, eu vou lutar por isso”, promete.
 
Apesar de sonhar com sua vida em liberdade, Bruno já esteve próximo de cometer uma loucura. Nos primeiros meses na prisão, em que ficou isolado na penitenciária, tentou tirar a própria vida. “Eu usei um lençol como corda e me pendurei dentro da cela. Fiquei de 10 a 15 segundos sem respirar, amarrado pelo pescoço. Mas eu caí, porque arrebentou. No chão, eu vi a Bíblia e me perguntei: o que estou fazendo com a minha vida?”.
 
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