Fórum na Faculdade Kennedy discute o futuro da mineração em Minas; assista aos vídeos

José Vítor Camilo
14/02/2019 às 20:41.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:33
 (Valéria Marques)

(Valéria Marques)

A Faculdade Kennedy promove em sua unidade em Venda Nova, na noite desta quinta-feira (14), o fórum "O Outro Lado da Mineração". O objetivo do encontro é debater juntamente com os estudantes alternativas e possibilidades para Minas Gerais diante do cenário de medo e insegurança deixado pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

Professora e coordenadora do curso de Engenharia Civil, Gisela do Couto Bemfica explica que o fórum acontecerá em duas etapas. "Primeiro vamos discutir o tema com uma engenheira especialista em barragens, com um engenheiro de minas, advogados das áreas civil, criminal e ambiental. E na segunda parte vamos promover um debate com ambientalistas, profissionais da saúde, enfermagem, psicologia, sobre os impactos de um desastre desse porte", adiantou a coordenadora. 

Ela pondera ainda que o objetivo do Fórum não é de forma alguma acabar com a mineração. "A gente tem inúmeros objetos, equipamentos que a gente precisa e que advém do minério. Nossa proposta é mostrar como fazer uma barragem, a mineração, sem maiores riscos. E o principal que é mostrar para os nossos alunos, que amanhã vão ser pessoas que tomarão decisões, vão assumir poderes, que eles precisam focar em três pilares: meio ambiente, ética e responsabilidade fiscal. Eles precisam lembrar sempre que o ser humano precisa conviver em harmonia com o meio ambiente", finaliza Gisela.

Para Cristiano Sales, professor de Engenharia de Minas, este tipo de tragédia faz com que os estudantes fiquem com medo, principalmente do desconhecido. “Muitos não sabem como funciona dentro das grandes empresas. Por isso, aqui na Kennedy, nós tentamos mostrar sempre como funciona na prática, gosto sempre de levar eles na indústria para ver como é e, assim, minimizar essa tensão”, conta.

A professora do curso de Engenharia Civil e especialista em barragens há 15 anos, Rafaela Baldi Fernandes, acredita que, para os alunos, é importante acompanhar este tipo de tragédia. "Eles estudam como constrói, como monitora, entre outras coisas. Mas, esses momentos de tragédia são importantes para eles começarem a perceber que a responsabilidade sobre o que eles farão é muito grande", defende. 

Questionada sobre o modelo de barragem de alteamento a montante, usado pela Vale em Brumadinho, Rafaela afirma que este é apenas um dos métodos de se armazenar rejeitos, mas que ele em si não é responsável pelo rompimento. "O problema não é o método, mas sim como ele é operado, é a gestão", complementa. 

O evento, que acontece até 22h30, teve participação em massa dos estudantes, que lotaram o auditório com capacidade para mais de 330 pessoas.

Professor de Direito Penal, Warley Belo, fala sobre punições à Vale:

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