“Fogo cirúrgico”. Esse fato considerado raríssimo foi a causa do incêndio que queimou uma criança, de 1 ano, quando ela era operada no Hospital da Baleia para retirar um cisto na pálpebra do olho direito. O resultado da investigação, realizada pelo próprio hospital. foi divulgado na tarde desta quinta-feira (20). A literatura médica internacional sugere uma incidência de 650 casos do incidente em 20 milhões de cirurgias.
Uma investigação interna realizada pela instituição apontou a hipótese de que uma pequena e imperceptível fagulha gerada pelo bisturi elétrico alcançou uma gaze que, em contato com o oxigênio oferecido à paciente por meio de uma máscara, entrou em combustão, gerando fogo intenso, mas logo controlado.R7/Reprodução Menina teve o rosto queimado durante uma cirurgia
O relatório com os resultados das simulações será encaminhado nesta sexta-feira (21) à Vigilância Sanitária municipal para subsidiar a investigação. O documento apoiará o Comitê de Ética do Hospital da Baleia no trabalho de apuração dos fatos. Caberá ao Comitê a responsabilidade de produzir e enviar informações ao Conselho Regional de Medicina (CRM), órgão ao qual cabe o julgamento da conduta técnica dos profissionais de saúde envolvidos no caso. De acordo com o Hospital da Baleia, uma perícia técnica, feita ainda no dia do incidente, constatou que o equipamento utilizado durante o procedimento estava em perfeitas condições e com a manutenção em dia, conforme laudo encaminhado pelo fabricante.
Queimadura
No último dia 10 de agosto, durante um procedimento cirúrgico simples, a menina, de 1 ano, sofreu queimaduras do rosto e no tórax. Após ser socorrida e estabilizada, a criança foi levada para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que é referência no tratamento de queimaduras. Depois de 36 dias, a bebê recebeu alta no último sábado (15) e voltou para casa.
O Hospital da Baleia informou que profissionais da instituição acompanharam a criança durante o período em que ela esteve internada no HPS. Além disso, garantiu que prestou assistência social e financeira, correspondente ao deslocamento diário, de táxi, para os familiares da vítima.
Tratamento
O Hospital da Baleia garantiu que está ciente de que a criança necessitará de cirurgia plástica e de um tratamento prolongado, e que está trabalhando em sintonia com a equipe médica do Hospital João XXIII, acompanhando a construção de um plano terapêutico que inclui, por exemplo, pediatria, cirurgia plástica, fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia. O objetivo é assegurar que nada falte para o restabelecimento da criança, incluindo medicamentos e procedimentos complementares que forem necessários.
Prevenção
Após o incidente, o Hospital da Baleia criou um protocolo para prevenção e contenção do fogo cirúrgico no futuro, inspirado em fontes internacionais. As equipes serão treinadas para atuar conforme o novo protocolo.
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