Falta conforto para o pedestre em Belo Horizonte

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
01/09/2012 às 07:46.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:56
 (Carlos Roberto)

(Carlos Roberto)

Mesmo com o habitual corre-corre, pedestres de Belo Horizonte anseiam com o dia em que poderão parar em pleno centro da capital para conversar com um amigo, ou mesmo para contemplar a arquitetura da cidade. O problema é que faltam dispositivos públicos de conforto para quem anda pelas ruas do município, já que a prioridade absoluta são os veículos.

Para o consultor em transporte e trânsito Osias Batista Neto, a administração de BH pensa nas calçadas apenas como espaços de circulação de pessoas, mas elas também deveriam ter as chamadas áreas de contemplação.

"As pessoas não conseguem sequer parar para bater papo ou se sentar, se estiverem cansadas. Isso mostra que a cidade não trata com carinho seus moradores", afirma.
 
Abrigos

O artigo 2º do Estatuto do Pedestre de BH prevê que os caminhantes têm direito a abrigos contra intempéries. Mas isso não é colocado em prática, principalmente nos pontos de ônibus.

Na rua dos Caetés, entre as ruas São Paulo e Espírito Santo, por exemplo, a calçada é larga, há muitas paradas para coletivos, mas nenhum abrigo ou bancos.

O resultado é que as pessoas sentam nas soleiras das lojas para aguardar os ônibus. "Chega ao cúmulo de vermos gente esperando ônibus sentada no chão. Se alguém passar mal em uma rua de BH, terá que se escorar em qualquer lugar", diz o especialista.

Sem vez

A autônoma Lívia Soares Costa, de 55 anos, equilibrava uma pesada mala na cabeça, na sexta-feira (31), para esperar pelo ônibus 2004, na Afonso Pena. No mesmo local, a aposentada Odete Sousa, de 63 anos, reclamou de ter que esperar o coletivo exposta ao sol.

A BHTrans informou, em nota, que há 2.140 abrigos em BH e que 321 foram instalados somente neste ano. Afirmou ainda que eles são colocados nos locais com maior quantidade de passageiros.

Relegado

O arquiteto Manoel Teixeira Azevedo Júnior, professor do Departamento de Arquitetura da PUC Minas, acredita que o pedestre é "desprezado" na capital. "A prefeitura deveria melhorar a qualidade dos abrigos de ônibus, planejar a instalação de bancos e sanitários públicos e a construção de praças em áreas amplas".


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