Falta de prevenção aumenta incidências de doenças crônicas

Letícia Alves - Hoje em Dia
11/11/2014 às 12:55.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:58
 (Marcelo Prates/Hoje em Dia)

(Marcelo Prates/Hoje em Dia)

Doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, matam mais pessoas do que as infecciosas, como Aids. Em Minas Gerais, 52% dos óbitos, em 2010, foram causados por esse tipo de doença. O problema em grande parte está relacionado à forma de atendimento e tratamento, que não incentiva cuidados primários, com hábitos de vida saudável, que incluem uma alimentação balanceada e prática de atividades físicas. O diagnóstico foi levantado por especialistas e autoridades que participaram do Seminário Internacional sobre Atenção às Condições Crônicas.    O Seminário foi realizado nesta terça-feira (11), na Associação Médica de Minas Gerais, e reuniu mais de 250 profissionais da atenção da saúde, entre eles secretário estaduais e municipais, além de especialistas da Espanha, Canadá e Chile. Um dos objetivos é a troca de conhecimentos sobre o tema.    As doenças crônicas diferem-se das agudas por apresentarem duração longa, recorrente e frequente. Assim, muitas pessoas pode precisar conviver com esse tipo de enfermidade durante toda a vida. O crescimento dessas doenças no mundo inteiro tem sobrecarregado o sistema de saúde, de acordo com o consultou em saúde pública Eugênio Vilaça. “Grande parte das doenças e mortes em Minas Gerais são por doenças crônicas. No século passado, não era assim. Predominavam doenças infecciosas e os eventos agudos. Essa mudança muito profunda e rápida impactou os sistemas de saúde do mundo inteiro, já que não desenvolvemos um modelo para atendimento à essas doenças”.    Um dos principais problemas do modelo de atendimento aos doentes crônicos no Brasil e também em outros países é a centralização no tratamento médico. Vilaça destacou a necessidade de incentivo ao atendimento primário e especializado, o que inclui a atuação de outros profissionais, como nutricionistas, psicólogos e enfermeiros.    Um desses modelos, considerados inovadores, foi implantado em Santo Antônio do Monte, no Laboratório de Inovação das Condições Crônicas (Liacc). No laboratório, equipes multidisciplinares utilizam soluções práticas no cuidado das condições crônicas.    “Não esperamos que ele fique grave e vá para o hospital. Nos conectamos com ele para intervir antes que ele se descompense. Muda a lógica. Não é só o médico, mas, também, a enfermeira, psicólogo e outros profissionais. É uma forma diferente de organizar o serviço de saúde”, explicou o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Renato Tasca.    Conhecimentos básicos no tratamento de doenças crônicas trouxe resultados fantásticos aos pacientes do laboratório, como a estabilização da doença em 77% das pessoas com diabetes e em 92% dos hipertenso. “As pessoas precisam aprender o auto-cuidado e normalmente o serviço de saúde não ensina isso. Autoadministrar a doença é o caminho para viver melhor e abaixar o custo do sistema de saúde”, disse.    O seminário é uma realização da Secretaria Estadual de Saúde e conta com parceria da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Conass. 

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