Falta de recursos do Pronatec paralisa capacitação de alunos em seis cidades

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
18/04/2015 às 08:15.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:41
 (UFMG/divulgação)

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Professores do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), vinculados ao Colégio Técnico da UFMG (Coltec), paralisaram as atividades prejudicando cerca de 400 alunos de 21 cursos em Belo Horizonte e região. A justificativa é de que estão sem receber pagamento desde dezembro. Eles cobram da UFMG transparência na gestão dos recursos do programa. Supervisores e pessoal administrativo também cruzaram os braços.    A paralisação afeta 70% dos 30 cursos oferecidos na capital, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves e Vespasiano, na RMBH, além de Leopoldina, na Zona da Mata. “Só nove funcionam, não se sabe se total ou parcialmente”, afirma o professor Tiago Camini. Segundo ele, cem professores aderiram à greve.    Os docentes são contratados por bolsa, com valor de hora-aula definido em contrato. A maioria é de alunos da pós-graduação. Mestre em farmacologia e sem receber fevereiro e março, Ana Mercy Siebra diz que esses professores se movimentam em defesa de um Pronatec melhor.   “Somos todos a favor do programa. A reivindicação não é só o salário; queremos melhoria na infraestrutura, como laboratórios e datashow na sala de aula”, diz. “O local das aulas, às vezes, não é adequado. Isso tem de estar bem resolvido para os próximos cursos”.   Como Ana Mercy, professores e alunos elogiam o Pronatec e se orgulham de participar da iniciativa. Porém, reclamam da infraestrutura precária.    Preocupação   Faltando dois meses para se formar técnico de meio ambiente, Lucas Fernandes de Oliveira, de 20 anos, não sabe quando a jornada será concluída. Ele conta que a adesão dos alunos à paralisação “foi geral”, depois que os professores explicaram a situação. “Ficar dois meses sem receber é complicado”.   Ele reclama que a bolsa que recebe está atrasando também. “Muitos alunos só têm condições de fazer o Pronatec com a bolsa diária que recebem, que são duas passagens de ônibus, mais R$ 4 para o lanche”. Ao todo, ele recebe R$ 9,60/dia desde 2013. “A passagem aumentou duas vezes, mas o valor da bolsa continua o mesmo, não foi corrigido”, afirma.    Lucas conta que a primeira turma do curso tinha 70 alunos, mas houve muitas desistências. “Alguns professores e mais da metade dos alunos abandonaram as aulas”. Ele iniciou o técnico quando cursava o 3º período de engenharia ambiental na Newton Paiva.    Em nota, a universidade informou que o governo federal transferiu, no dia 15 de abril, os recursos Coltec, o que garantiu o pagamento dos salários atrasados de dezembro de 2014 e fevereiro deste ano. Os pagamentos do mês de março não foram concluídos, porque estão sendo regularizados gradativamente pela coordenação do Pronatec no Coltec. 

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