Faltou gestão para evitar crise hídrica em Minas, afirma especialista

Renata Galdino - Hoje em Dia
25/01/2015 às 08:33.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:46
 (uis Moura/Estadão Conteúdo)

(uis Moura/Estadão Conteúdo)

A má gestão política, principalmente no segundo semestre de 2014, é tida por especialistas como a principal responsável pela crise hídrica vivenciada hoje no país. É o que afirma o coordenador do Centro de Pesquisas Hidráulicas e Recursos Hídricos (CPH) da UFMG, professor Carlos Barreira Martinez. Entrevistado da Página Dois desta segunda-feira, o docente diz que o problema vai além da ausência de chuva. “A crise deve-se a dois fatores: político e ambiental. Só o primeiro é responsável por mais de 70% dos problemas”, pondera.   Segundo Martinez, a crise está ligada ao uso das empresas públicas de forma política e aos baixos investimentos feitos pelo governo. “Encostaram pessoas que realmente têm condições de fazer com que a empresa pública funcione, os perfis técnicos, e colocaram chefes que fazem o que os governantes querem. Por causa das eleições e o desejo da reeleição, o problema foi mascarado”, analisa.   O professor acredita que os próximos cinco anos ainda serão críticos e a falta de água deve persistir no país, afetando principalmente a região Sudeste, inclusive Minas Gerais.   Energia   Depois do apagão na última semana, afetando vários estados, Martinez voltou a chamar a atenção para o problema. “Ele já era anunciado há pelo menos cinco anos. Muitos especialistas alertaram para o risco. Os gestores sabiam e não vi nada sendo planejado para evitar o pior”.   Energias alternativas, como por exemplo a eólica, estão fora de cogitação. “Agora não dá tempo de recorrer a elas. O máximo que uma pessoa pode fazer é comprar um gerador para colocar no prédio. Não dá mais tempo de fazer nada. Gosto de fazer uma comparação com o avião que está seguindo sobre o mar. Ele está caindo, daqui a pouco se espatifa. A crise está instalada e vamos demorar a sair dela”, enfatiza.

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