Famílias denunciam buffet na Pampulha por supostos golpes em festas infantis

Daniele Franco
31/03/2019 às 16:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:02
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

O relato de uma mãe de BH que teve o sonho de realizar a festa de aniversário da filha frustrado viralizou nesse sábado (30) nas redes sociais. Com toda a comemoração marcada e detalhes acertados, Mariana Coutinho Camargos contou em uma postagem no Facebook ter sido surpreendida com uma mensagem do Buffet Imaginnarium, salão de festas que fica no bairro Jaraguá, na Pampulha, contratado para o evento, afirmando que a festa não poderia mais acontecer.

"Estou com coração em frangalhos! Desesperada! Morta por dentro!", escreveu na publicação. Segundo Mariana, a festa estava marcada para o sábado, às 18h, e o cancelamento veio na véspera às 17h45 através de uma mensagem de WhatsApp.

A vítima postou uma foto que mostra a mensagem do buffet. No texto, os responsáveis justificam o cancelamento da festa dizendo que houve um ataque ao proprietário do local e a proprietária também acabou hospitalizada. "Estaremos fechados por tempo indeterminado. Impossibilitando a realização das festas deste fim de semana, entraremos em contato para reagendamento (sic)", diz a mensagem.

Mariana não foi a única a denunciar a ação da casa de festas. A funcionária pública Juliana Gonçalves, de 39 anos, comemoraria o aniversário do filho no buffet na próxima quarta-feira (3) e ficou preocupada com o compromisso após receber mensagens de convidados mostrando o relato de Mariana. "Eu tento contato com os responsáveis e desde a terça passada eu não consigo falar com ninguém, então chamei meu irmão que é policial e fomos até o local, mas também não encontramos ninguém. Depois recebi a mensagem da dona cancelando minha festa".

Juliana mostrou à reportagem as mensagens enviadas pela dona do espaço. A mulher justificou o cancelamento com o mesmo motivo que apontou para Mariana e ainda afirmou que está recebendo várias ameaças, inclusive aos filhos. "Reconhecemos o tamanho do dano causado com tal decisão, mas tememos mesmo pela insegurança. Muitas pessoas não vão entender e nem acreditar, mas não tivemos outra escolha", disse na mensagem.

A funcionária pública registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar para seguir com a judicialização do caso, mas afirmou que vai voltar, agora à Polícia Civil, para pedir a investigação dos responsáveis por estelionato. "Pesquisei sobre eles e vi que eles têm dois CNPJs e que o que é usado nos contratos está inativo há dois anos. Para mim, esse uso não pode ser uma confusão ou um erro, é feito de má fé", declarou.

Mariana, também no Facebook, declarou que conseguiu fazer a festa da filha em outro local graças à ajuda de amigos. Ao Hoje em Dia, ela afirmou que estava terminando a limpeza do local onde a festa aconteceu nesse sábado. Já Juliana contou que também está em negociação com um outro salão de festas para que a comemoração do primeiro ano do filho aconteça. "Para mim o prejuízo está posto, vou precisar pagar a festa duas vezes, mas é importante que as pessoas saibam o que acontece no buffet para que não caiam no mesmo golpe", afirmou.

A reportagem tentou contato com o buffet em três números telefônicos diferentes, mas nenhum atendeu às ligações.

Reputação

Em uma pesquisa pelo site Reclame Aqui, é possível encontrar diversos relatos de experiências frustradas com o buffet Imaginnarium. Até mesmo clientes que conseguiram realizar suas festas descrevem serviços mal prestados, sem concordância com o assinado em contrato. Em um dos depoimentos, um usuário relata desorganização, descaso e descumprimento de contrato. "O cenário completamente diferente do que pedi, balões espalhados pelo salão, mesa dos convidados por fazer, mesa de guloseimas sem montar, a mesa principal por fazer e bem suja, lembrancinhas sem fazer. Faltaram opções de salgados, e serviram salgados que não estava no cardápio escolhido, pouquíssimos doces, o contrato contemplava 480 doces se tinha 150 era muito.", diz trecho do relato.

Para Juliana Gonçalves, o modus operandi do buffet é justamente fazer algumas festas e não fazer outras. "Para mim, eles fazem uma festa ou outra para manter o esquema, fazem mal feito, e dão o golpe em outras. E fica nesse ciclo, pega umas para parecer que está tudo bem e que outras não aconteceram por um fato isolado".

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