Família de jovem morta em camarote no Sul da Bahia processa prefeitura

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
17/02/2013 às 07:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:03
 (Toninho Almada/Hoje em Dia)

(Toninho Almada/Hoje em Dia)

Foi num domingo, como este, que a família Oliveira recebeu a notícia que mudou a vida de todos para sempre. A filha mais nova do casal Sérgio e Romena, a estudante de direito Nayara Rúbia, de 24 anos, havia sido vítima da queda de um camarote montado para a festa de Carnaval em Alcobaça, no Sul da Bahia. A tragédia completa um ano na próxima sexta-feira, sem que ninguém tenha sido penalizado, além dos Oliveiras.

“Meus pais vivem à base de medicamentos fortes, principalmente a minha mãe. Sempre que o telefone ou o interfone tocam, penso que pode ser ela. Só agora minha ficha começou a cair”, conta a irmã de Nayara, Kenny Núbia Fonseca Oliveira, de 29 anos.

A casa da família, no bairro Dona Clara, região Nordeste da capital, tem fotos de Nayara por todos os lados. Memória viva que alimenta a luta por uma resposta na Justiça para a morte da jovem. Ainda no ano passado, a irmã ingressou com uma ação civil contra a Prefeitura de Alcobaça e a empresa responsável pelo evento.
 
A estudante de direito estava com parentes na festa, aberta ao público, quando foi atingida pelo camarote da prefeitura, que desabou sobre os foliões. Um garoto de 15 anos morreu na hora e Nayara, que chegou a ficar internada quatro dias, também não resistiu.

“Apesar da gravidade do fato, a festa de Carnaval continuou normalmente nos dias seguintes”, lembra Kenny. A família nunca foi procurada por representantes da prefeitura ou da empresa responsável pelo evento.

Por acreditar que o prefeito da época, Léo Brito, foi negligente, Kenny providencia também uma ação criminal para punir os culpados. “Até hoje o inquérito ainda não foi concluído, mas temos o boletim de ocorrência, onde constam os problemas identificados na estrutura que desabou”, afirma.

Negligência

A perícia constatou a falta de parafusos e de cabos de aço na montagem. Além disso, o metal estava corroído e fixado na areia da orla da praia. A prefeitura e a empresa não apresentaram as licenças técnicas dos serviços prestados.

Neste ano, o novo prefeito de Alcobaça excluiu os camarotes. Apesar de reformada, a casa da família Oliveira na cidade ficou vazia. “Não parece que o tempo passou. Ainda estamos aprendendo a viver sem a Nayara”, diz a irmã.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por