A família de um motorista que morreu durante a invasão de um ônibus por assaltantes, próximo a Estação Venda Nova, em Belo Horizonte, vai receber R$ 200 mil de indenização por danos morais e materiais da empresa para a qual ele trabalhava. A decisão do desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, da 3ª Região do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), foi publicada nesta quarta-feira (24). O juiz relator considerou ainda que houve negligência por parte da empresa em relação à adoção de medidas de segurança dos motoristas. Isso porquê câmeras de segurança só foram instaladas nos coletivos da empresa após a morte do condutor. A família do motorista também receberá um terço do salário líquido do trabalhador, em forma de pensão mensal, até a data em que o motorista completaria 70 anos. O crime ocorreu em junho de 2011. A avalição de Neto considerou que o motorista foi vítima de um acidente de trabalho, por ter morrido durante o expediente e no local da prestação de serviço. O crime ocorreu quando criminosos tentavam fugir utilizando o coletivo, após um roubo. Eles ordenaram que o motorista abrisse a porta do veículo para que eles descessem, mas o motorista não obedeceu. Uma testemunha contou aos policiais, na época do crime, que o condutor temia ser flagrado liberando passageiros sem pagar a passagem. A intenção do motorista era abrir as portas quando o coletivo já estivesse fora da estação Venda Nova, quando o fato não seria registrado pelas câmeras do circuito interno da estação. Contudo, um dos assaltantes ficou insatisfeito com a atitude do motorista e atirou contra ele, que acabou morrendo. Em um dos trechos da decisão o magistrado considerou que “o fato de a segurança pública ser dever do Estado não isenta o empregador de zelar pela segurança de seus empregados”. (*) Com informações do TRT-MG.