Familiares aguardam buscas por desaparecidos às margens da lama em Brumadinho

Simon Nascimento
26/01/2019 às 09:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:14
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Sentimentos de angústia e tristeza na espera por informações de familiares na região do distrito de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Familiares acompanham de perto os trabalhos de busca em um centro se operações que foi montado pela Vale a cerca de 300 metros da área atingida pela lama. 

A dona de casa Lilian de Souza, de 30 anos, aguarda pela cunhada e uma amiga que trabalham na Pousada Nova Estância, que ficava próximo à área atingida pelo rompimento da barragem. A hospedagem foi completamente destruída. “É angustiante, revoltante, triste. Eu tenho esperanças, confio no trabalho dos bombeiros”, disse. “Minha cunhada era camareira, estava cumprindo aviso até o fim do mês e ia sair da pousada”, lamentou. 

Lilian contou que estava com a cunhada no telefone no momento da tragédia. “A gente estava conversando e tudo ficou mudo, do nada. Não deu nem para ouvir algum barulho”.

Já Adilson Lopes, de 41 anos, aguarda pelo pai e um primo que trabalham para a Vale. Segundo ele, os familiares trabalhavam em uma área que foi completamente coberta pela lama. “A gente não tem notícia de nada. Não tem sinal de celular. Eu tenho fé que eles possam ter se abrigado na mata”, acredita. 

A movimentação por buscas atraiu curiosos e moradores da região. Lúcia Ferreira, de 52 anos, fixou os olhos à lama e não conteve as lágrimas. “É uma devastação. Muitas vidas se perderam, uma tristeza”.

No centro de operações montado pela Vale, há ambulâncias à disposição de familiares que aguardam notícia de desaparecidos. Voluntários também servem água e alimentação. 

A região está isolada e o acesso a Brumadinho foi bloqueado pelo distrito de Córrego do Feijão. A base de trabalho dos helicópteros do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil está em uma área ao lado do comando da Vale. Dois veículos rabecão aguardavam no local na manhã deste sábado para levar os corpos ao Instituto Médico-Legal (IML).

De acordo com o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais, quatro pontos na área da barragem da Vale estão sendo monitorados minuciosamente, pois há chance de encontrar pessoas ainda com vida nestes locais.

O militar ainda pediu que voluntários evitem a área de busca, no distrito de Córrego do Feijão.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por