Um fazendeiro suspeito de manter trabalhadores em condições análogas a escravidão foi preso na quinta-feira (7) em Machado, no Sul de Minas. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o produtor é dono de uma fazenda dedicada ao cultivo de café.
Segundo o órgão, ele pagava entre R$ 40 a R$ 150 mensais para os trabalhadores, que viviam em alojamentos precários e com alimentação insuficiente. Além disso, os empregados tinham dívidas com o fazendeiro.
O MPF disse, ainda, que o preso fornecia bebida alcoólica para os trabalhadores, inclusive durante o horário de serviço. Um dos funcionários foi encontrado embriagado, com dificuldade de andar e falar, às 9h30.
Além do MPF, o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal também participaram operação.
Insalubridade e irregularidade
Conforme o MPF, os empregados dormiam em alojamentos com frestas e buracos nas portas e janelas. No lugar de colchões havia pedaços de espuma rasgados e sujos. A cozinha e o banheiro eram inadequadas para o uso humano.
A água destinada ao consumo vinha de uma cisterna de concreto sem cobertura superior. Até pássaro morto foi encontrado pelos fiscais boiando na água. Por isso, o alojamento foi interditado.
A investigação apontou ainda outra irregularidade. De acordo com o MPF, documentos apreendidos na fazenda mostram que alguns dos trabalhadores eram a associados a uma cooperativa de cafeicultores da região. Um deles possuía títulos de crédito de quase R$ 25 mil.
Recorrente
Essa não foi a primeira vez que o fazendeiro foi preso. Em dezembro do ano passado ele foi preso suspeito do mesmo crime. Na ocasião, 16 trabalhadores foram resgatados.