Fecha a Santa leva alegria e resistência para o Carnaval de Belo Horizonte

Rosiane Cunha
10/03/2019 às 22:10.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:55
 (Rosiane Cunha/Hoje em Dia)

(Rosiane Cunha/Hoje em Dia)

A festa de encerramento do Carnaval 2019 em Belo Horizonte foi com muita diversão e resistência embaixo do viaduto de Santa Tereza, na região Central da capital.  Neste domingo (10), a Frente Autônoma LGBT e o coletivo Beijo No Seu Preconceito se uniram aos blocos Angola Janga, Alô Abacaxi!, Corte Devassa e Garotas Solteiras para fazer o “Fecha a Santa”.

Integrantes do Angola Janga

Dezenas de foliões resistentes brincaram o Carnaval em favor da  diversidade sexual e de gênero, sem deixar de lado a alegria e a irreverência. 

Lázara dos Anjos é trans e contou que se sente em casa durante a apresentação do Angola Janga. “Por mais que eu me divirto, ainda tem assédio, tem homem vestido de mulher, mas zoando as travestis o ano todo. Mas agora no Angola eu me sinto representada. Eles exaltam os trans, os negros e faz o meu carnaval valer a pena”.

A cabeleireira Tânia Trajano também “se jogou” e aproveitou todos os dias de Carnaval. “Esse Carnaval foi o melhor. Todo mundo em paz, aproveitando a festa, todas as classes se reunindo para se divertir sem preconceito”.Rosiane Cunha/Hoje em Dia

A Barbie, que se identificou como uma pessoa andrógina, se divertia com os amigos, mas pediu respeito. “Maravilhoso. Aqui tá muito tranquilo, mas precisa ter respeito no dia a dia também”.

O dia foi de festa, mas também de luta, como explica Nayara Garófalo, co-fundadora do Angola Janga, juntamente com Lucas Nascimento. "O Angola sempre foi político e abarca questões da negritude e leva para as ruas reivindicações do povo negro, discussões sobre o racismo, políticas de igualdade racial, a favor das mulheres negras e pelas pessoas LGBT”, explica. 

E a apresentação sob o viaduto teve um significado especial. “Nosso bloco nasceu no viaduto porque ele fica ao lado do metrô e ficava mais fácil as pessoas da periferia se reunirem aqui”.

Agora, o bloco, que também desenvolve projetos sociais ao longo do ano, com atendimentos psicológico, jurídico e cursinho pré-vestibular, que este ano aprovou 15 alunos em cursos da Universidade Federal da UFMG (UFMG) vai ganhar uma sede, que vai funcionar como um espaço cultural no bairro Horto, na região Leste da Capital.Rosiane Cunha/Hoje em Dia Nayara Garófalo e Lucas Nascimento, do bloco Angola Janga

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