O feriado prolongado de Natal foi violento nas estradas mineiras, com uma média diária de 13 mortes. Ao todo, 65 pessoas morreram em 921 acidentes nas rodovias que cortam o Estado. Outras 750 pessoas ficaram feridas, segundo registros das polícias Federal e Militar em cinco dias de operações, entre 21 e 25 de dezembro.

Nas estradas federais, os acidentes mais graves ocorreram na saída do feriado. Na sexta-feira, três pessoas morreram em uma batida de frente entre um carro e uma carreta na BR-267, altura do km 230, na cidade de Liberdade, no Sul de Minas. No sábado, na BR-116, altura do km 474, em Tarumirim, no Vale do Rio Doce, outras três pessoas morreram em uma colisão transversal entre um caminhão e um carro.

Dos 22 acidentes com mortes nas BR’s mineiras, sete foram batidas frontais e seis foram saída de pista. Dados que indicam que a imprudência e a falta de atenção ainda são os maiores causadores de tragédias nas estradas. “99% dos acidentes têm origem na falha dos motoristas”, explicou o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Márcio Luiz Ferreira.

A imprudência dos condutores também ocupa o primeiro lugar no ranking das principais causas de batidas nas estradas estaduais. A velocidade incompatível com o trecho e falta da adoção de uma distância segura entre os veículos foram os responsáveis pela maioria dos 446 acidentes registrados em cinco dias.

Abusos

Mesmo cientes de que a falha humana é a maior responsável pelas tragédias nas estradas, os motoristas ainda se arriscam e ignoram as regras a todo o momento. Muitos dos que voltaram para a casa ontem pela BR-381, depois do feriado de Natal, foram flagrados pela reportagem do Hoje em Dia trafegando pelo acostamento e fazendo ultrapassagem proibidas.

Artimanhas adotadas pelos “apressadinhos”, na tentativa de fugir dos congestionamentos que se formaram a partir das 9h de ontem nos dois sentidos da rodovia. Durante a tarde, foi registrada lentidão de mais de 30 quilômetros no sentido Vitória-Belo Horizonte. No sentido contrário, o engarrafamento ultrapassou os sete quilômetros, desde o Anel Rodoviário, no bairro São Gabriel, até depois do trevo de Santa Luzia.

Até quem já está acostumado com os transtornos do feriado, como é o caso do inspetor Márcio Luiz que trabalha há 17 anos no posto da PRF em Sabará, na região Metropolitana, se assustou com o movimento da 381 ontem. “Em outros tempos o dia de hoje (ontem) seria de calmaria, mas o movimento só aumenta”, disse.

Os motoristas que deixaram para voltar para a casa ontem também foram pegos de surpresa. “Achei que a estrada ia estar tranquila, mas está pior do que quando saí para o feriado”, alegou o operador de máquinas Luismar Ferreira Souza, de 44 anos. 

Atualizada às 22 horas

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