Filho de diretor de presídio é espancado após fugir da escola

Jefferson Delbem - Do Hoje em Dia
18/09/2012 às 22:15.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:23

  A curiosidade de um menino de 11 anos fez com que a família dele passasse por um susto na tarde desta terça-feira (18), em Belo Horizonte. O garoto ficou desaparecido por mais de quatro horas após fugir da escola. Ele disse que iria para o Rio de Janeiro. Quando finalmente foi encontrado, ele estava bastante machucado e, inclusive, teve o cabelo raspado. Porém, a polícia ainda não sabe dizer por qual motivo ele foi agredido. O menino é filho de um diretor de um presídio, mas a Secretaria Estadual de Defesa Social informou que o caso não tem ligação com o crime.   Assim como acontece todos os dias da semana, a mãe do garoto o deixou na Colégio Cristão de Belo Horizonte, no bairro Cachoeirinha, região Nordeste. No entanto, ao fim da aula, quando foi buscá-lo, uma das funcionárias informou que ele havia desaparecido. Os pais ficaram bastante apreensivos e rapidamente foram até a delegacia para registrarem queixa.    Colegas de classe do estudante disseram à polícia que ele havia comentado sobre a vontade que tinha de ir ao Rio de Janeiro, e que estaria com um mapa da cidade e duas peças de roupa dentro da mochila. “Essa declaração aumentou ainda mais a apreensão da família, ainda mais que em sua carteira só haviam R$ 3 em dinheiro”, disse o capitão o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), Sérgio Dias, que acompanhou o caso.   Como a escola possui câmeras de vigilância interna e externas, a polícia acompanhou a gravação e viu que por um descuido dos funcionários, que deixaram um dos portões abertos, o menino havia deixado a escola sozinho. “Ele desceu a rua e virou a esquerda. A partir disso, iniciamos buscas pela região”, contou o capitão. Algum tempo depois, outro colega de classe revelou que outros garotos haviam dito ao menino que em um galpão abandonado, próximo a escola, havia um “bicho morto”, o que poderia ter despertado a curiosidade dele.    Os policiais foram até o local e lá o pai do menino achou o filho. Ele estava descalço, com vários arranhões e lesões pelo corpo, além de ter tido o cabelo cortado. O estudante foi socorrido, levado a um hospital para ser medicado e depois encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML). Questionado pelos policiais sobre o que havia acontecido, o menino disse que tinha ido ao galpão para ver o animal morto. Ao chegar ao local e ver apenas um passarinho morto, ele então decidiu voltar para a escola. Neste momento, um homem e quatro garotos, inclusive um deles com o uniforme da escola, o cercou e lhe deu uma paulada no peito. Na sequencia, o menino foi espancado.    O capitão acredita que o garoto pode ter sido vítima de bullying, já que o pai contou que o filho gostava de cuidar bastante do cabelo, que foi cortado pelos suspeitos. A pedagoga da escola disse a polícia que não acredita nesta versão, pois ele sempre se relacionou bem com os demais estudantes e nunca foi perseguido. O galpão seria usado por pessoas para usarem drogas e a polícia suspeita também que alguém possa ter tentado roubá-lo. Até às 22 horas nenhum suspeito havia sido detido. A Polícia civil vai investigar o caso.

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