Filhos "quebram a cara" e reconhecem que conselho de mãe deve ser seguido

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
10/05/2015 às 09:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:58
 (Carlos Henrique e Wesley Rodrigues)

(Carlos Henrique e Wesley Rodrigues)

“Ela não é sua amiga”, “Não é a namorada certa para você”, “Leva um paletó. Vai sentir frio”. Quem nunca ouviu dessas célebres frases ditas pela mãe que atire a primeira pedra. Elas sempre têm uma recomendação na ponta da língua para, no final, soltar a famosa “Bem que eu avisei”.
Cabe ao filho utilizar os “sermões” como maldição – que vai pegar! – ou recebê-los como conselho amigo, dado por quem entende das coisas. Afinal, coração de mãe não se engana. Que o diga a empresária Verônica Machado Lima, de 36 anos.
Seis anos após dar à luz a primeira filha, Vitória, ela aprendeu, na marra, a escutar os avisos da mãe Marieny, de 54 anos. “Acredito que praga de mãe pega mesmo. Algumas coisas que ela fala, o jeito como fala. Porque mãe é mãe e tem muita energia na relação com os filhos”.
Na gestação da primogênita, a ordem da futura vovó era: faça parto normal. “Quando decidi que seria cesariana, ela foi contra, disse que eu ia tirar minha filha antes da hora, que no próximo filho eu ia pagar por aquilo e acabar sofrendo”. Dito e feito.
Leonardo, de 4 anos, chegou com saúde, mas, apressado, quis vir antes da hora. “Evitei o parto normal porque queria me programar, não correr nenhum risco, mas acabei sentindo todas as dores. De certa forma, ela tinha avisado, né?”, conta Verônica.
Vivendo há anos em cidades distantes (filha em BH e mãe em Comercinho, Vale do Jequitinhonha), hoje tentam manter a proximidade da relação. Prova de que a praga funcionou, no caso dela, para o bem. “Nossa relação era conturbada às vezes. Sempre teve aquelas coisas de ‘não faça isso’, ‘não faça aquilo’. E era para o lado negativo, mostrando que poderia ser diferente, para melhor. Temos procurado nos entender, conversar mais”.
De vilã a mocinha
Com a empresária Fernanda Morais, de 24 anos, a história foi semelhante. Ela e a mãe, Maria da Glória, de 60 anos, eram bastante próximas, mas os conselhos, sempre ouvidos, nem sempre eram seguidos. Um perrengue com uma amiga (da onça, na verdade), quando Fernanda tinha 16 anos, foi o clique que faltava. “No primeiro dia em que ela viu a menina, foi logo dizendo: ‘Ela não é sua amiga’. Por incrível que pareça, ela estava certa”, lembra.
Foi preciso dois meses para descobrir que quem avisa mãe é. “A garota, na verdade, tinha certa inveja de mim e queria ser a Fernanda”, diz a empresária. Atualmente, não há o que Fernanda faça sem consultar a mãe-guru. “Essas situações reforçaram nossa relação, fizeram aumentar a confiança e amizade. Ficava com um ódio quando ela dizia ‘Eu não falei?’”.
Quem ouve a voz da sabedoria garante que vale a pena
Na casa do engenheiro eletricista Carlos Alberto Ferreira Júnior, de 40 anos, o lado da moeda que sempre valeu era o contrário do que imperava na casa de Verônica. Recomendação da mãe, Terezinha, de 61, era seguida à risca, sem pestanejar. Amigos desde sempre, são até hoje cúmplices em tudo e para tudo.
“Não consigo lembrar de uma situação em que ela tenha falado algo que eu não segui e depois me arrependi”. Ele conta que, até hoje – casado e pai de dois filhos –, é com a mãe (e a esposa, claro!) que encontra os melhores conselhos para diversas situações da vida.
“Sempre ouvi tudo o que ela falava. Algumas vezes, até pensei que não fosse dar certo mas, lá na frente, aquele sempre se mostrava o melhor caminho”.
Guia   Com a farmacêutica Damiana Máximo Brandão, de 30 anos, idem. “Sou a filha caçula de quatro irmãs. Como perdi o pai muito cedo, aos 10, acabei tendo na minha mãe praticamente minha única referência. Sempre ouvi os conselhos, por piores que pudessem parecer, principalmente na adolescência”.
Bem, até que provem o contrário, é bom valer-se do “antes prevenir do que remediar”. Se praga de mãe pega ou não pega, usar as experiências dos outros já é meio caminho andado para acertar o passo.

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