Fiocruz registra momento em que coronavírus infecta célula

Agência Brasil
08/04/2020 às 16:40.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:13
 (Divulgação/Josué Damacena (IOC/Fiocruz))

(Divulgação/Josué Damacena (IOC/Fiocruz))

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) registraram, pela primeira vez no Brasil, o momento em que o novo coronavírus infecta uma célula. As imagens microscópicas foram captadas durante um estudo sobre a replicação viral do Sars-Cov-2 (nome científico do novo coronavírus) em células manipuladas em laboratório.

A pesquisa realizada in vitro utilizou vírus isolados a partir de amostras coletadas de nariz e garganta de um paciente infectado. Esses antígenos foram usados para infectar células amplamente empregadas em ensaios in vitro para testes de replicação viral, chamadas células de linhagem vero.Divulgação/Josué Damacena (IOC/Fiocruz)

Pesquisa utilizou antígenos para infectar células amplamente empregadas em ensaios in vitro para testes de replicação viral

Pesquisadora do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral do Instituto Oswaldo Cruz, Débora Vieira explicou que o projeto que chegou às imagens investiga o formato e o diâmetro da partícula viral, além de seu ciclo replicativo.

"Conseguimos verificar por análises de microscopia eletrônica todas as etapas da replicação do Sars-cov-2 em células vero", afirma a pesquisadora, que descreve que as imagens mostram o vírus entrando na célula e espalhando suas partículas no interior dela. Estudos que serão divulgados posteriormente vão mostrar também partículas infectivas captadas saindo da célula.

Débora Vieira destaca que outra conclusão relevante da pesquisa é confirmar que o vírus pode se replicar em células de linhagem vero, que devido a isso poderão ser uma ferramenta na pesquisa em laboratório para vacinas e medicamentos.

"Nosso objetivo era verificar se essas células eram competentes para replicar o vírus, e constatamos que sim", disse. "Para testes de candidatos a vacinas e fármacos, precisamos de um sistema de cultura de células padronizado, não só para a produção de massa viral, mas para diferentes testes que são necessários".

Débora Vieira esteve ao lado dos pesquisadores Marcos Alexandre Silva, que também é do do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral, e de Fernando Mota, Cristiana Garcia, Milene Miranda e Aline Matos, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo. Os dois laboratórios são do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz. 

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