Locais de prova ocupados por estudantes, listas de cancelamento e três datas para a aplicação de três diferentes testes. A realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece hoje e amanhã, não deve encerrar a novela em torno do principal processo seletivo do país.
O Ministério da Educação (MEC) ainda pode adiar a avaliação para mais estudantes, caso ocorram novas ocupações ou situações que atrapalhem a aplicação das provas neste fim de semana.
Uma lista atualizada divulgada ontem pelo órgão ampliou a suspensão dos locais de prova. Em Minas, o número saltou de 42 mil para 60.659 candidatos afetados.
Agora são 90 escolas, universidades e centros federais ocupados. O Estado aparece no topo do ranking nacional, seguido por Paraná (77), Espírito Santo (43) e Bahia (42). Já São Paulo, Santa Catarina, Roraima, Rondônia, Ceará, Amapá, Amazonas e Acre não apresentam nenhuma escola ocupada. No Brasil, o cancelamento atinge 364 instituições, distribuídas em 139 municípios, e mais de 240 mil candidatos.
Os locais da nova prova, prevista para 3 e 4 de dezembro, serão informados aos estudantes que tiverem o exame cancelado com a devida antecedência para que possam se organizar, segundo informou o MEC.
PUC Minas
Um dos principais locais de prova de Belo Horizonte, a PUC Minas receberá mais de 30 mil candidatos. No entanto, o clima foi de total incerteza entre a noite de quinta-feira e a tarde de ontem. Parte da universidade foi ocupada por cerca de 80 manifestantes que estão no campus Coração Eucarístico, na região Nordeste da cidade.
Apesar de a instituição garantir que haverá a aplicação do Enem, o próprio ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que os coordenadores locais, que acompanharão o teste, estão orientados a cancelar a prova caso ocorra alguma situação de risco.
“As condições de segurança e inviolabilidade do exame serão avaliadas localmente por cada coordenador, para que possa ter certeza de que está garantida a segurança daqueles que vão se submeter ao Enem”, disse Mendonça Filho.
Vá ao local
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a instrução é que os alunos que não receberem mensagens de texto pelo celular ou por e-mail se dirijam normalmente aos locais indicados no cartão de informação.
O órgão reforçou que ocupações de última hora e outros problemas que impeçam que alunos sejam avisados a tempo só serão confirmados no momento da prova.
Policiamento
Em meio aos impasses, o MEC também cogita acionar os Estados para que as polícias militares reforcem a segurança nos locais de aplicação. Os custos do adiamento da prova ainda estão sendo levantados, mas um cálculo inicial aponta prejuízo de R$ 12 milhões.
(Com agências e estagiária Mariana Durães)