Fiscalizações da vigilância sanitária crescem 31% em BH

Sara Lira
02/04/2015 às 08:26.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:29
 (Frederico Haikal/Hoje Dia)

(Frederico Haikal/Hoje Dia)

Para evitar intoxicações por alimentos, a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte tem intensificado as fiscalizações a estabelecimentos que comercializam esse tipo de produto, neste ano. No comparativo com 2014, o número de visitas subiu 31%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. 

Em todo o ano passado, foram fiscalizados 4.698 estabelecimentos, uma média de 12,9 por dia. Já em 2015, o volume está em 16,9 ações diárias, com 1.420 locais que receberam agentes da Vigilância Sanitária.

Enquanto a fiscalização aumenta, a autuação de estabelecimentos não acompanha o mesmo movimento. De janeiro até o último dia 25 de março, o órgão flagrou 52 estabelecimentos em infração, emitindo R$ 49 mil em multas, menos de um comércio autuado por dia. 

Em todo o ano passado, foram feitas 2.177 autuações que resultaram em R$ 410,6 mil em multas, uma média de seis infrações diárias. 

Cuidado

A Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) alerta que a economia de água, solicitada à população pelo governo em função da crise hídrica, pode potencializar a contaminação de alimentos. É possível que, preocupadas em poupar o recurso, as pessoas descuidem na hora de higienizar de maneira adequada os produtos. 

Para a infectologista e integrante da diretoria da SMI, Virgínia Antunes de Andrade Zambelli, é imprescindível garantir a limpeza do que se vai comer – e há formas econômicas para fazer isso. “Os alimentos podem ser colocados de molho em uma bacia com água e água sanitária e depois enxaguados rapidamente”, explica. 

A mistura pode ser reutilizada para lavar de pisos ou aguar plantas. O suficiente para desinfetar qualquer alimento é a solução de uma colher de chá de água sanitária para cada litro de água potável.

Fora de casa

Em food trucks, bares e restaurantes, não há como ver o alimento sendo preparado, mas a médica destaca que o cliente deve reparar se o estabelecimento é limpo e se os alimentos que precisam estão refrigerados, como as saladas. A higiene das mãos com álcool também é essencial para evitar contaminações. 

Consumidor denuncia presença de larvas em bolo de padaria

Está em investigação pela Polícia Civil o caso de um bolo que teria sido vendido com larvas por uma padaria do bairro Palmares, região Nordeste de BH. 

Em 19 de março, um agente penitenciário comprou o produto e, ao chegar em casa, constatou a presença dos “corpos estranhos”. “Comi um pedaço e, quando olhei para o bolo, havia larvas saindo dele e um inseto preto dentro da massa”.

Após denunciar a situação na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, no mesmo dia, a padaria foi fiscalizada e multada pela Vigilância Sanitária Municipal. Um inquérito foi aberto, e o bolo foi enviado para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto ainda nesta semana.

Próximo passo

O agente penitenciário diz que vai entrar na Justiça contra o estabelecimento. “Não quero dinheiro, só quero mostrar para os consumidores que, caso encontrem alguma anomalia no alimento, eles têm o direito de denunciar”. O agente conta que apresentou problemas de saúde, como vômitos e diarreia, em decorrência da ingestão do bolo.

O gerente da padaria, Sebastião Marcílio Júnior, afirmou ser impossível a presença de larvas ou insetos no bolo. “A massa é batida e depois assada a 200 graus. Um inseto não resistiria a esse processo”.

Sebastião ainda revelou que o agente tentou extorquir funcionários da empresa. “Ele chegou lá exigindo R$ 1 mil de um funcionário. Vamos processá-lo por injúria, difamação e danos morais”.

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