Flexibilização em BH é acompanhada e não deve afetar projeção de pico de casos, afirma Estado

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
08/06/2020 às 14:14.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:43
 (Reprodução/ Facebook)

(Reprodução/ Facebook)

Com o início, nesta segunda-feira (8), da segunda etapa da flexibilização do isolamento social em Belo Horizonte, permitindo que 92% dos empregos da cidade fiquem ativos e, portanto, que a circulação de pessoas nas ruas aumente, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que, a priori, o pico da pandemia no Estado segue mantido para meados de julho. 

Em coletiva de imprensa na tarde desta segunda, a pasta reforçou a importância de que as pessoas mantenham medidas de distanciamento e isolamento sociais para que não surja "surpresa desagradável". Segundo a gestão, a capital mineira se planejou para a reabertura gradual e a SES tem monitorado dados na região. 

"Os dados são dinâmicos e realmente dependem muito do comportamento dos indivíduos para que a gente possa mantê-los da forma como se apresentam até hoje: números sob controle. No entanto, nesse caso em específico, a gente vê que há um planejamento, ao que parece, da parte da cidade e a gente também pode olhar para a nossa estrutura de leitos, a Fhemig tem uma grande parte aqui na Região Metropolitana. E a gente monitora esses dados, tudo dentro de um planejamento que já vínhamos fazendo e que se revela para nós dentro de uma perspectiva esperada", declarou o secretário adjunto de Saúde da SES, Marcelo Cabral.

Segundo ele, dentro do que foi estimado e acompanhado, inclusive da perspectiva dos dados de uso de leitos e do contato com gestores municipais, o pico da pandemia deve ocorrer em meados de julho, sempre dependendo do comportamento da população.

Transporte público 

Também em relação à flexibilização do isolamento social em BH, o chefe de gabinete da SES-MG, João Pinho, informou que a equipe da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) se reúne, nesta segunda-feira, para discutir um estudo para direcionar a população sobre o uso do transporte público em Minas.

Segundo o gestor, o objetivo é pensar quais são os horários de pico, quais os momentos em que pessoas acima de 60 anos utilizam os ônibus, além de outras questões, para redefinir um escalonamento no horário de funcionamento das empresas. 

"A partir desses dados, a Seinfra vai ter condição de fazer uma proposta de escalonamento da utilização do transporte. Em breve, a gente vai ter uma proposição nesse sentido, que será feita pelo Comitê Extraordinário, a partir desse estudo superinteressante que a Seinfra vem conduzindo, para tentar, mais uma vez, ser efetivo nesse direcionamento da população", informou Pinho.

Aumento de casos de SRAG

Outro tema tratado durante coletiva nesta tarde é o aumento no número de notificações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Questionada se a subida nos índices não pode ser resultado da subnotificação de casos da Covid-19, a gestão voltou a reforçar que os dados são seguros e que todos os óbitos suspeitos de terem ocorrido devido à doença causada pelo novo coronavírus são testados.

Segundo Cabral, o aumento na notificação por SRAG tornou-se mais incidente, até por cautela dos profissionais de saúde, pois é uma síndrome que traz um conjunto de sintomas que coincidem, além da própria Covid-19, com doenças cardíacas e pulmonares. Conforme o gestor, o crescimento nas notificações de mortes por SRAG se dá por um atraso entre o dado que vai para o cartório e aquele que é apurado pela própria SES-MG.

"O fato é que os óbitos são todos testados. Mais uma vez a gente relembra que a subnotificação é característica de qualquer pandemia, seja em Minas ou no mundo, é própria de qualquer pandemia", informou Cabral.

Há duas semanas, o chefe de gabinete da SES-MG já havia tratado do tema. Segundo ele, a discrepância entre dados da SRAG registrados em cartórios e aqueles, da mesma doença, relatados pela SES, se dá devido à diferença de funcionalidade de cada um dos registros. Segundo ele, os dados dos cartórios são estáticos, enquanto as do sistema de saúde passam por investigação para confirmação das causas das mortes. 

"O dado que vai para o cartório é estático, a forma que chegou, seja uma suspeita ou uma confirmação, ela vai ficar dessa forma nessa certidão de óbito daquela pessoa para o resto da vida. Ela não é alterada. Diferente do caminho que essa informação passa pelo sistema de saúde", afirmou.

Aumento de testagem

A SES-MG informou também que todos os mais de 120 mil testes rápidos, doados pela Vale, foram encaminhados para os municípios a partir de critérios definidos pelo Ministério da Saúde e explicou que é um foco do Estado aumentar o número de testes. Por essa razão, houve a compra de quase 150 mil exames. 

"Com essa quantidade adquirida, a gente vai ter a possibilidade de ampliar bastante a nossa testagem. Estamos, nesse momento, calculando para cada novo grupo de testagem, quantos testes são necessários", explicou João Pinho.

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