Fragmentos em escombros do Museu Nacional no Rio são esperança para Luzia

Renata Galdino*
rgaldino@hojeemdia.com.br
19/10/2018 às 20:45.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:20
 (Léo Rodrigues/Agência Brasil)

(Léo Rodrigues/Agência Brasil)

A localização de fragmentos do crânio de Luzia nos escombros do prédio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio no mês passado, é a esperança de recuperação do fóssil mais antigo do Brasil. De acordo com a direção da instituição, o resgate ocorreu na última semana, mas só foi anunciado em entrevista coletiva nessa sexta-feira.

“É um achado milagroso para o povo mineiro. Luzia é o nosso maior símbolo”, afirma Rosângela Albano, diretora do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), vinculado à Prefeitura de Lagoa Santa, na Grande BH, onde há uma réplica do fóssil.

De acordo com os pesquisadores do Museu Nacional, o crânio, por ser frágil, estava armazenado em uma caixa de metal que foi encontrada parcialmente destruída. Também foram localizadas outras partes de Luzia que o Museu Nacional guardava, incluindo um fêmur. 

A extensão dos danos e das perdas ainda precisa ser avaliada, informou a coordenadora da equipe de resgate pós-incêndio do museu, Cláudia Carvalho, que acredita na recuperação de todo o material.

Segundo ela, 80% do crânio que existia está “visível” e o restante ainda será trabalhado. “Vamos finalizar a higienização, estabilizar e, a partir daí, reconstituir. Parte dele que estava reconstituído perdeu a cola, e tivemos a liberação de fragmentos que estavam unidos. E alguma parte também foi afetada pelo fogo”, contou. 

Segundo o diretor do Museu Nacional, o paleontólogo Alexander Kellner, a reconstrução não será um processo rápido. Primeiro, é necessário um novo laboratório. Para tanto, ele estima que serão gastos cerca de R$ 15 milhões. O gestor afirma existir negociações em curso e, sem detalhar, que já há uma perspectiva de local para a nova estrutura.

Arqueólogos mineiros prometem ficar de olho nos trabalhos. “Vamos aguardar os levantamentos que precisam ser realizados para saber sobre o processo de reconstrução. Desde a tragédia não havia esperança de encontrá-la, mas agora estamos muito felizes”, acrescenta Rosângela Albano, do Caale.

iretor do Museu Nacional)

História

O crânio e os ossos da coxa e da bacia de Luzia foram descobertos em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em 1975. O rosto da mulher foi reconstruído na Inglaterra.

*Com agências

 

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