Funcionários do TJMG entram em greve por tempo indeterminado e denunciam 'supersalários' de juízes

José Vítor Camilo
19/03/2019 às 17:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:52
 (REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS)

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Por reajustes salariais e contra os chamados "supersalários" dos juízes, os servidores da 2ª Instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (19). A categoria protestou durante a manhã em frente à sede do órgão, onde o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, fez uma visita. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Justiça de Segunda Instância (Sinjus), o percentual de servidores que irão aderir à greve em cada setor será de 30%, o que visa garantir os serviços inadiáveis para a comunidade.

Na pauta de reivindicações da paralisação, eles cobram do Tribunal o cumprimento das leis que instituem os Auxílios-Saúde e Transporte e assegura a revisão geral anual (Data-Base 2018), que está vencida há dez meses. O sindicato alega ainda que fez um levantamento por meio de sua assessoria econômica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que comprovou que o TJMG tem todas as condições orçamentárias e financeiras de honrar com os direitos dos servidores.

Confira o vídeo que mostra a manifestação no momento da chegada do ministro do STF:

“Enquanto se recusa a iniciar as negociações sobre a reposição das perdas inflacionárias dos servidores, o presidente do TJMG, desembargador Nelson Missias, tem atendido demandas recentes de magistrados. Neste ano, juízes tiveram os salários e os auxílios-saúde e livro reajustados em mais de 16%, além do direito de ter indenizadas as férias-prêmio. Para os servidores, o discurso é de crise financeira. Já para os magistrados há sempre recursos que possibilitam, inclusive, o pagamento de salários acima de R$ 90 mil em um único mês, podendo chegar a mais de R$ 300 mil, como foi o caso de uma juíza neste mês de março”, destaca o coordenador-geral do Sinjus, Wagner Ferreira.

A orientação para os servidores é que eles não batam ponto no local de trabalho em nenhuma hipótese. Porém, eles devem registrar um ponto paralelo na sede do sindicato ou na estrutura que será montada na entrada da sede do TJMG. 

Sem diálogo

Ainda conforme o sindicato, uma reunião entre os trabalhadores e o TJMG foi promovida na segunda-feira (18) para definir os procedimentos da greve. Apesar da expectativa de que houvesse alguma disposição para o diálogo com os servidores, o Sinjus diz que a postura foi completamente ao contrário. Segundo eles, o presidente do Tribunal, Nelson Missias, não teria participado do encontro e enviou representantes que não apresentaram nenhuma proposta. 

ibunal. 

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