Funcionária que denunciou maus tratos de animal em academia de BH é demitida

Cristina Barroca e Danilo Emerich - Hoje em Dia
17/12/2014 às 10:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:25
 (Facebook)

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A recepcionista da Academia Alta Energia, Thiene Melo, que postou no Facebook a história de maus tratos supostamente sofrido uma cadela que era criada dentro do estabelecimento, na Pampulha, em Belo Horizonte, foi demitida após a denúncia. A ex-funcionária afirma que chegou ao local na segunda-feira para trabalhar e foi impedida de entrar, sendo abordada pela gerente já com a notícia de demissão e sem justificativa.

A cadela de nome Anília, da raça Akita, tinha 9 anos e foi encontrada morta na terça-feira (16), pela manhã. Segundo testemunhas, desde sábado a cachorra apresentava sangramento sendo que, na segunda-feira (15), ela "jorrava sangue", como relatou um funcionário. A empresa lamentou a morte do bicho e nega o crime.

De acordo com Thiene, a cachorra estava há algum tempo com feridas abertas pelo corpo e os funcionários costumavam reclamar com a gerente, pedindo que o animal fosse tratado e o ambiente limpo. Segundo a denunciante, a gerente ignorava os pedidos e sempre adiava a solução para o dia seguinte.

Thiene disse ainda ao Hoje em Dia, que tem provas de sua denúncia, que ela e outros funcionários chegaram a registrar com fotos a situação em que vivia a cadela. Inclusive, que chegou a enviar ao dono da academia, uma dessas imagens, cobrando providências.

A diretora administrativa da Academia Alta Energia, Claúdia Carvalho, lamentou a morte da cadela e enfatizou que a empresa repudia maus tratos com os animais. “Temos 23 anos de existência e sempre tivemos cães nas unidades. São sete bichos, sendo dois na academia do Cidade Nova, três em Sete Lagoas, um no Mangabeiras e outro no São Bento. Sempre fazemos a correta limpeza do local, tratamento veterinário quando necessário, alimentação e todos os cuidados necessários nos canis e dos cães”, afirmou.

A diretora ainda explica que em 4 de dezembro uma veterinária esteve na unidade da Pampulha e identificou a presença de miíase - doença produzida pela infestação de larvas de moscas em pele - na cadela. “Ela foi tratada e recebeu os medicamentos necessários. Temos os laudos", disse.

No entanto, Thiene Melo afirma que os cães chegaram a ir ao Pet Shop dias antes do ocorrido e que o local onde ficam foi limpo, porém, as feridas do animal não foram tratadas, nem foi deixada nenhuma orientação para medicá-los. Segundo a ex-funcionária, a ferida permanecia aberta e sem tratamento.

Claúdia Carvalho afirmou que a empresa ainda não sabe o motivo da morte da cadela, mas entre as suspeitas está envenenamento, que teria causado uma hemorragia. “Ficamos triste com a morte. Era um presente de um ex-funcionário. Estamos cientes do protesto, mas estamos abertos para quem quiser nos visitar e verificar a situação dos animais”, afirmou.

A diretora da academia ainda alertou: “vamos registrar uma queixa para responsabilizar quem está nos acusando de maus tratos, sendo que isso não é verdade”.

Manifestação

Internautas organizam, pelo Facebook, um evento para este sábado (20), às 10 horas da manhã, em frente à academia onde a cadela morreu. Mais de 130 pessoas confirmaram presença no protesto após uma imagem da cadela morta envolto a muito sangue circular na internet. Um usuário chegou a afirmar que foi realizado um Boletim de Ocorrência (B.O.), no entanto, não foi localizado nenhum registro no sistema da Polícia Militar (PM).

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