Oito funcionários da Vale são presos em Minas por tragédia em Brumadinho

Anderson Rocha
15/02/2019 às 08:46.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:33
 (Mariana Durães/ Hoje em Dia)

(Mariana Durães/ Hoje em Dia)

Oito funcionários da Vale foram presos temporariamente, na manhã desta sexta-feira (15), em operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no Estado. Em Minas, detenções ocorreram em Itabira, na região Central do Estado; e, em Belo Horizonte, no bairro São Pedro, região Centro-Sul. Também foram cumpridos mandados em São Paulo e Rio de Janeiro.

A ação apura a responsabilidade criminal pelo rompimento da barragem em Brumadinho, na Grande BH. Com apoio das polícias Militar e Civil, foram cumpridos oito mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão. Na capital mineira, segundo a PM, a operação teve início às 7h15 e foi comandada pela 1ª Cia. da Rotam na rua Lavras, no bairro São Pedro. 

 Entre os presos estão quatro gerentes e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. De acordo o MPMG, os oito funcionários estão diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da barragem que se rompeu em Brumadinho. Os presos foram levados para o Departamento de Meio Ambiente. Eles serão ouvidos pelo Ministério Público e encaminhados ao Sistema Prisional. As prisões temporárias foram decretadas por 30 dias. 

Procurados pela reportagem na chegada e saída Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Meio Ambliente (DEMA), os detidos e seus advogados não quiseram apresentar sua versão dos fatos. Em nota, a Vale informou que está colaborando com as autoridades. "A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas".

O Ministério Público divulgou uma nota sobre a ação. Leia na íntegra:

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, com apoio das Polícias Civil e Militar, deflagrou operação na manhã desta sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019, com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão e mandados de prisão temporária, visando apurar  responsabilidade criminal pelo rompimento de barragens existentes na Mina Córrego do Feijão, mantida pela empresa VALE, na cidade de Brumadinho.

O pedido formulado pelo Ministério Público Estadual foi feito por intermédio da Promotoria de Justiça da Comarca de Brumadinho, da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO e do Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa do Patrimônio Público - GEPP, no âmbito de força-tarefa. 

A operação contou com o apoio das Polícias Militar e Civil do Estado de Minas Gerais e, ainda, com atuação dos Ministérios Públicos dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, por meio dos GAECOs daqueles estados, e teve como propósito o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão e de oito mandados de prisão temporária expedidos pelo Juízo da Comarca de Brumadinho.

Os oito investigados presos são funcionários da VALE, dentre eles, quatro gerentes (dois deles, executivos) e quatro integrantes das respectivas equipes técnicas. Todos são diretamente envolvidos na segurança e estabilidade da Barragem 1, rompida no dia 25/01/2019. 

As prisões temporárias foram decretadas pelo prazo de 30 dias, tendo em vista fundadas razões de autoria ou participação dos investigados na prática de centenas de crimes de homicídio qualificado, considerados hediondo. Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público Estadual, em Belo Horizonte. Também são apurados crimes ambientais e de falsidade ideológica.

Foram, ainda, alvos de busca e apreensão, em São Paulo e Belo Horizonte, 4 funcionários (um diretor, um gerente e dois integrantes do corpo técnico) da empresa alemã TÜV SÜD, a qual prestou serviços para a VALE, referentes à estabilidade da barragem rompida. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na sede da empresa VALE, no Rio de Janeiro.

Os documentos e provas apreendidos serão encaminhados ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais para análise.As medidas estão amparadas em elementos concretos colhidos até o momento nas investigações. 

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