A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) autorizou a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) a expandir o mercado de gás natural veicular (GNV). Agora, as frotas próprias de caminhões de coleta de lixo, ônibus, micro-ônibus e veículos articulados para o transporte público vão poder abastecer sua própria frota com custo menor que nos postos de combustíveis. A medida vale, também, para veículos fora de estrada como empilhadeiras, ou aqueles utilizados em operações internas das empresas.
A possibilidade do uso de gás natural pelos frotistas é vantagem para o setor tanto no aspecto econômico, porque o combustível apresenta menor gasto por quilômetro rodado, quanto no quesito ambiental, já que é bem menos poluente que a gasolina e o diesel. Além disso, o aumento de consumidores irá ampliar e desenvolver o setor de gás natural em Minas.
Antes, o segmento de gás natural veicular era restrito ao atendimento de revendedores, como postos de combustíveis. Agora, a Gasmig identificou o seu potencial para a atuação em outros mercados que não sejam o residencial, comercial, cogeração e geração de energia elétrica e fará parte do segmento de frotas e transporte público com o GNV.
De acordo com o superintendente de Política Mineral e Energética da Sede, Guilherme Duarte Faria, "a Gasmig fundamentou seu pleito na justificativa de que a ampliação do segmento de gás natural veicular a estes consumidores traria benefícios econômicos para o Estado", explica.
Segundo o coordenador de GNV da gerencia de Comercialização do Gás Industrial, Veicular e Cogeração da Gasmig, Welder Souza, o planejamento para o atendimento foi feito, primeiramente, para empilhadeiras e dentro da base de clientes já atendida pelos gasodutos da empresa. Ainda de acordo com Souza, a expectativa é de entrada no mercado a partir de 2016.
Tarifa
A Gasmig terá uma tarifa própria para fornecer GNV para o segmento de frotas e transporte público. Segundo o coordenador de GNV, Welder Souza, a tarifa é uma conquista importante, principalmente para a apresentação de propostas e simulações para os empresários. Isso porque, por se tratar de uma venda direta, não há ICMS para este tipo de consumidor.
O cenário estará diretamente ligado a quanto o cliente paga pelos energéticos concorrentes. Dessa forma, segundo Souza, a economia média será de 10% a 30% para a frota de veículos pesados, como caminhões e ônibus, de 15% a 35% para empilhadeiras e de 55% a 65% para a frota de veículos leves, como frotistas e cooperativas de transporte e táxis.
Atualmente, 44 municípios, incluindo Belo Horizonte, Governador Valadares, Itabira, Itabirito, Pouso Alegre e Varginha, são atendidos pela rede. As empresas interessadas em solicitar a ligação, ou que tenham dúvidas, podem entrar em contato com a empresa pela Central de Atendimento ao Usuário de GNV, no número (31) 3265-1111.
Funcionamento
Para atendimento à frota própria, indústrias que já consomem o gás natural ou possuem rede de gasoduto próxima, poderão usufruir dos benefícios do GNV instalando compressores dentro da própria empresa.
Já no caso do transporte público, além de diminuir a emissão de poluentes, o uso do gás natural também reduz os ruídos oriundos dos motores, minimizando a poluição sonora e contribuindo para o bem estar da população.
“Outros estados já tinham uma tarifa apenas para transporte público e as grandes empresas aqui já pediam tarifa diferenciada para o uso de veículos pesados, já que estão cada vez mais adotando a tecnologia do gás natural. Com essa nova classificação do ‘produto GNV’, alinhado a essa tarifa diferenciada, o cliente vai poder abastecer diferentes tipos de veículo na mesma estação interna, sejam eles carros comuns da sua frota ou os veículos fora de estrada, aqueles responsáveis por sua operação, como empilhadeiras, caminhões e tradotas”, explica Souza.
Ainda segundo o coordenador, a mudança não trará prejuízos para os postos de GNV, já que a venda será apenas direta e não irá permitir o abastecimento de veículos externos.
Em Minas Gerais, 17 municípios reúnem os 73 postos de combustível GNV disponíveis. Belo Horizonte, Juiz de Fora e Contagem são os locais que têm a maior parte deles, sendo 32 na capital, 11 na cidade da Zona da Mata e 9 no município da grande BH. Os dados são de relatório da Gasmig fechado em maio de 2015.
(*Com Agência Minas)