Grupo da UFMG cria respirador mecânico de baixo custo para uso contra a Covid-19

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
13/10/2020 às 21:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:47
 (UFMG/Divulgação)

(UFMG/Divulgação)

Um protótipo de respirador hospitalar mecânico de baixo custo para uso contra a Covid-19 está em fase de ajustes finais na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O equipamento não tem componentes eletrônicos e é menos sensível a condições desfavoráveis como oscilações de energia e altas temperaturas

Composto de 15 peças e pesando cerca de 10 quilos, o respirador pode ser construído com menos de R$ 7 mil, custo que tende a baixar com a produção em escala. O valor já inclui componentes periféricos, como mangueiras e misturador de ar com oxigênio.

O empreendimento reúne pesquisadores e técnicos da universidade e de fora dela, sob coordenação do professor da Faculdade de Educação Geraldo Márcio Alves dos Santos. Iniciado em maio, com recursos de integrantes do grupo, o projeto foi um dos três escolhidos por acordo em que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) destinou à UFMG R$ 1.547.388,00 para iniciativas de combate à pandemia do novo coronavírus. Ao respirador mecânico foram destinados, a princípio, R$ 53 mil.

Estável e atóxico

O funcionamento do respirador é pneumático e mecânico, de acordo com Alves dos Santos. O ar é succionado e comprimido por uma bomba e se mistura ao oxigênio hospitalar. O movimento, a distância e a velocidade são regulados por válvulas pneumáticas e por conjuntos mecânicos desenvolvidos pela equipe, por meio dos quais se obtêm controle de volume, vazão e pressão.

O ar fornecido pela canalização do hospital serve apenas à alimentação de um circuito pneumático – chamado de primeiro estágio – que gera uma força motriz de sentido linear. “Portanto, e isso é muito importante, o ar do primeiro estágio não entra, em hipótese alguma, em contato com o paciente. Esse circuito é acoplado à bomba de sucção e compressão, que, com filtros específicos para respiradores, retira o ar do meio ambiente e mistura com o oxigênio (21% a 100%)”, explica o professor Geraldo Márcio Alves dos Santos.

As próximas fases do projeto incluem produção de unidades para testes em hospitais, avaliações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e produção de laudos jurídicos.

O projeto conta com a colaboração dos professores Francisco de Paula Lima, da Engenharia de Produção, e Rudolf Huebner, da Engenharia Mecânica, ambos da Escola de Engenharia, e de Rafael Antunes, graduando em Engenharia da Computação no Cefet-MG.

*Com informações da UFMG.

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