Grupo de mais de 300 médicos mineiros assina nota repudiando uso de 'coquetel anti-Covid-19'

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br | @patriciafsdumont
17/01/2021 às 08:40.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:56
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia )

(Maurício Vieira/Hoje em Dia )

A um dia de a Anvisa avaliar os pedidos de uso emergencial das vacinas de Oxford e Coronavac no Brasil - análise que ocorre neste domingo (17) - , um grupo de médicos mineiros divulgou carta posicionando-se contra tratamentos com remédios cuja eficácia não foi comprovada contra a Covid-19. Na nota pública, divulgada nesse sábado (16), 313 profissionais, dentre eles o infectologista Unaí Tupinambás - membro do Comitê de Enfrentamento à doença em BH - fazem uma análise da pandemia no país e afirmam que médicos que prescrevem placebos podem ser nivelados a charlatões.

O coquetel formado por medicamentos como cloroquina e ivermectina vem, desde o início da pandemia no Brasil, sendo defendido por alguns profissionais para prevenir ou mesmo tratar formas brandas da doença causada pelo novo coronavírus. A eficácia das fórmulas, no entanto, não foi comprovada até o momento.Maurício Vieira/Hoje em Dia

A ivermectina é um dos medicamento preconizados por alguns profissionais para prevenir e combater a doença

Na nota desse sábado, os profissionais mineiros dizem que a classe deve cumprir o papel de informar os pacientes que ainda não há medicamentos com comprovação científica para o tratamento da Covid-19. "A aceitação de nossas lideranças do uso de medicamentos que, comprovadamente, não trazem benefícios, nem preventivos e nem curativos, é uma afronta a estes princípios. CHEGA! Temos de dizer em alto e bom som: a prescrição de ivermectina, cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxadina, azitromicina, doxicilina e outros não traz NENHUM benefício aos pacientes", diz trecho do material divulgado.

Alerta no Twitter

Na última semana, uma publicação do Ministério da Saúde no Twitter recebeu um alerta da rede social ao divulgar conteúdo considerado "enganoso e potencialmente prejudicial". O post, apagado posteriormente, falava sobre o chamado "tratamento precoce" como estratégia de combate ao coronavírus.

O alerta do Twitter continha o seguinte texto: este Tweet violou as Regras do Twitter sobre a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que este Tweet continue acessível".

Até o momento, 8.488.099 brasileiros contraíram a Covid-1; 209.847 morreram em decorrência da doença.

Confira a carta assinada pelos médicos mineiros:

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