Guarda Municipal monta vigilância fixa fora do Centro de BH para coibir aglomeração no fim de semana

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br | @renatagaldinoa
24/07/2020 às 20:44.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:07
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Aglomerações nas ruas e comércio aberto, desrespeitando o decreto municipal, levaram a Guarda Civil Municipal a reforçar a fiscalização em Belo Horizonte no fim de semana. Agentes estão montando pontos fixos em bairros mais distantes do hipercentro da cidade, principalmente os que registraram crescimento considerável dos casos de Covid-19. Neste sábado, os trabalhos chegam à região de Venda Nova, onde pelo menos 61 pessoas morreram em decorrência da doença.Maurício Vieira

A primeira área monitorada foi a Vila Pinho, no Barreiro. Há um mês, aos domingos, equipes patrulham a região para impedir o funcionamento de uma feira que atraía até moradores de outras cidades. De 17 de junho a 15 de julho, as notificações da doença na comunidade subiram 360%, com duas mortes.

Já no Alto Vera Cruz, Leste da cidade, onde os guardas reforçaram a fiscalização no último fim de semana, os casos cresceram 300% no mesmo período. Por lá, cinco pessoas perderam a vida em decorrência da enfermidade.

Os locais foram mapeados pela corporação em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e o Centro de Operações da prefeitura (COP-BH).

uperintendente de Operações da Guarda Municipal)

Dia de compras

As aglomerações na periferia aos sábados e domingos, explica o superintendente de Operações da Guarda Municipal, Júlio César Pereira de Freitas, ocorrem porque nos outros dias as pessoas estão trabalhando. “Então, elas têm o fim de semana para fazer compras”.

O gestor afirma que os trabalhos visam a conscientização da população. Na Vila Pinho, por exemplo, a feira já não é mais realizada. Segundo Júlio César, a equipe inicial de cem agentes por lá agora é formada por seis servidores.

A redução do efetivo no local, inclusive, possibilitou voltar os olhares para outras regiões. Na avenida Abílio Machado, no Alípio de Melo, Noroeste da capital, a ação de ambulantes e o comércio aberto eram os problemas aos sábados. “Agora já reduziu bem”, diz o superintendente.

Contribuição

O aumento dos infectados por Covid-19 na capital, desde maio, teve contribuição dos registros na periferia, conforme o Hoje em Dia mostrou na edição de 13 de julho.

Levantamento do Observatório de Saúde Urbana (OSUBH), da Faculdade de Medicina da UFMG, mostra que “a distribuição de casos das regiões Leste, Noroeste, Centro-Sul e Oeste, bem como os em Venda Nova, se concentra em vizinhanças de importantes vilas e favelas do município”.

“A curva começou a subir em 17 de maio, antes da flexibilização. Muito desse crescimento às custas do aumento de casos em aglomerados, vilas e favelas”, ressaltou, à época, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.

Conscientização

O foco das ações da Guarda Municipal não é o enfrentamento, garante o superintendente Júlio César Pereira de Freitas. “A intenção não é a multa. Primeiro ocupamos esses espaços, buscamos a conscientização das pessoas”. 

O desafio, na opinião do gestor, é fazer com que os moradores entendam a importância de manter o distanciamento social, como preconizado pelas autoridades de saúde, e usem as máscaras quando precisarem sair.

Porém, muitas pessoas ainda resistem ao Equipamento de Proteção Individual (EPI). Até o momento, quatro multas foram aplicadas a quem se recusou a colocar o equipamento de proteção individual, conforme prevê lei sancionada pela prefeitura neste mês.

Duas das punições, inclusive, quando os agentes estavam no bairro Alto Vera Cruz, na região Leste da cidade, no último fim de semana. “A gente conversa, explica a necessidade de colocar a máscara. A multa só vem em casos extremos mesmo”, ressalta Júlio César Pereira.

 
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por