Hipnoterapia é usada no combate a quadros de pânico, ansiedade e depressão

Ernesto Braga
eleal@hojeemdia.com.br
25/06/2016 às 20:52.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:03
 (Divulgação)

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Por um ano, a microempresária Alexandra Hilbert, de 27, fez acompanhamento psiquiátrico na tentativa de se livrar da síndrome do pânico e das crises de ansiedade. Tomou medicamentos, mas não via avanços no tratamento.

Ela decidiu testar a hipnose clínica, também chamada de hipnoterapia. Com quatro sessões, conseguiu se livrar dos medicamentos. “Eu tinha medo de sair de casa, de viajar, tudo de ruim que via na TV achava que ia acontecer comigo. Depois da hipnose, não tive outras crises”, comemora Alexandra.

Assim como ela, a hipnoterapia tem sido a solução encontrada por muitas pessoas com quadros depressivos, de fobia, medo e traumas. Também serve para combater a insônia.

“Alguns ramos da medicina pregam que de 75% a 90% das doenças são psicossomáticas, ou seja, começam na mente e irradiam para o corpo. A hipnose trata traumas do passado, criados por alguma emoção que ficou agregada a um sentimento”, explica o hipnotista Douglas Assis.

  

Ele destaca que a terapia por meio da hipnose é complementar a tratamentos médicos, psicológicos e odontológicos. Na prática, é aplicada, por exemplo, em pessoas com medo de andar de elevador ou de avião, de falar em público ou que sofreram alguma desilusão amorosa.

Ondas cerebrais
No tratamento, a pessoa é colocada em transe pelo hipnotista, numa situação de relaxamento, com as ondas cerebrais girando de 1,5 a 4 ciclos por segundo. “É como se a pessoa estivesse dormindo. Porém, quase todas escutam o que está acontecendo, prestam atenção em tudo. É como se estivessem meditando, porém guiadas por um especialista”, diz Douglas.

Em transe, a pessoa perde o senso crítico, segundo o hipnotista Thiago de Paula. “Enchemos essa pessoa de sugestões. Ela tem medo de elevador, por exemplo, porque construiu uma imagem de que elevador é perigoso, porque tem medo de lugares fechados. Com a pessoa em branco na minha frente, meu papel é mostrar que, a partir de agora, ela vai entrar no elevador e ficar calma, tranquila, se sentindo no meio de transporte mais eficiente em que se locomoveu”, ressalta.

Há um ano, os dois especialistas oferecem a hipnoterapia em Belo Horizonte. “A gente pode gerar qualquer mudança na pessoa, principalmente de sentimento. Trauma é uma lembrança associada a um sentimento ruim. Você não apaga a lembrança, e sim esse sentimento ruim”, afirma Thiago.

 Técnicas são aplicadas em pacientes que querem emagrecer

A hipnoterapia também é recomendada em casos de pessoas que querem parar de fumar ou travam uma batalha contra a balança. Outra aplicação é na preparação de atletas.

“A primeira consulta é gratuita. A gente mostra como funciona toda a técnica e quantas sessões precisaríamos para o princípio do trabalho. Depois, passamos uma ficha de avaliação. A sessão é iniciada com o relaxamento físico, seguido de pelo menos 30 técnicas que a hipnose disponibiliza”, diz o hipnotista Thiago de Paula.

Alguns pacientes de nutrólogos são encaminhados aos especialistas em hipnose clínica. “Tem gente que não emagrece por fatores psicológicos, por ser ansiosa. Tratamos de pessoas que no passado ouviam da mãe que iriam engordar por comer muito, privava a criança de comer. Então, quando ela se libertou da mãe, começou a comer exageradamente, passando a ter dificuldade em tratamentos para emagrecer”, aponta Douglas Assis.
Segundo ele, no esporte, a hipnoterapia é usada para controlar a ansiedade de lutadores. “Serve para que eles entrem mais focados nas lutas”.

Cursos
Thiago e Douglas também dão cursos para quem quer se tornar um hipnotista. Algumas opções são: magnetismo, mesmerismo, fascinação, programação neurolinguística (PNL), auto-hipnose e hipnose aplicada (de clínica, palco e rua, com ensinamentos para colocar em transe pessoa de qualquer perfil, em qualquer lugar).

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É oferecida uma série de cursos para quem quer se tornar um especialista em hipnose clínica

 Especialistas oferecem sessões de hipnose clínica no bairro Cidade Jardim
Douglas Assis e Thiago de Paula são sócios na clínica O Hipnotista, que funciona na avenida Prudente de Morais, 901, sala 811, bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O valor cobrado por sessão de hipnose clínica é de R$ 100 a R$ 300. “Não cobramos a sessão inicial. Nossa tabela é por volume. Se for uma sessão só, é um preço. Se forem cinco, por exemplo, será outro valor”, informa Thiago.

Mais informações sobre o trabalho desenvolvido por eles na capital mineira podem ser obtidas pelo site ohipnotista.com.br, onde há contatos telefônicos para a marcação da primeira sessão. O mesmo pode ser feito pelo e-mail contato@ohipnotista.com.br.

Também há informações sobre os cursos ministrados na clínica. “Em um ano, já fizemos hipnose com mais de 2 mil pessoas, na hipnoterapia e nos cursos”, afirma Douglas. Outra praça com sede da O Hipnotista é São Paulo, e a proposta é espalhar o serviço pelo país.


Sucesso da terapia complementar não depende de crença, apenas da vontade
De acordo com os hipnotistas, o fato de a pessoa não acreditar nas técnicas não dificulta o tratamento. “O que pode dificultar é o fato de a pessoa querer ou não. Porque a hipnose é um processo permissivo, você tem que se permitir entrar em transe para que e<CW0>u consiga te levar”, diz Douglas de Assis.

“Não é crença. A hipnose existe independentemente de a pessoa acreditar. Mesmo que ela diga que duvida das técnicas, se ela se sentar e fizer o que eu disser, vai acontecer o transe”, acrescenta Thiago de Paula.

Douglas compara o transe da hipnose a uma situação corriqueira. “É o mesmo de quando você entra no seu carro e desvia a atenção no caminho de casa. Quando você percebe, já chegou. Você passou marcha e cruzou sinais, ou seja, seu cérebro, inconscientemente, te guiou para aquele processo. É um processo normal do nosso corpo, que vai acontecer, se você deixar que aconteça”.

“Não colocamos mentiras nas cabeças das pessoas, mas uma nova realidade. A pessoa tem medo de agulha porque dói. Na nova realidade, mostramos para ela que não dói”, compara Thiago.

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