Hoje em Dia inicia série sobre as questões urbanas

Hoje em Dia
07/09/2014 às 10:06.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:06

A partir deste domingo (7) o jornal Hoje em Dia inicia o debate sobre questões urbanas que condicionam o desenvolvimento de Belo Horizonte e de cidades da região metropolitana e exigem das autoridades públicas a tomada de decisões fundamentais para a qualidade de vida da população.   A cada mês, um tema será debatido por meio de artigos assinados por especialistas e publicados aos domingos no jornal e no portal hojeemdia.com.br. No último domingo do mês, será a vez da prefeitura posicionar-se, através de um representante ligado ao tema.   Em setembro, o assunto é mobilidade urbana e o autor do primeiro texto (ao lado), é Guilherme Camargos Tampieri, integrante da Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo), da Bike Anjo BH, entidade que orienta quem quer usar a bicicleta como meio de transporte, e membro do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana.   Na semana que vem, será a vez de Roberto Andrés, arquiteto, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e editor da Piseagrama, revista editada pelo Instituto Cidades Criativas e dedicada aos espaços públicos.    Em outubro, os espaços públicos e parques serão o assunto dos artigos semanais. Em novembro, os textos tratarão dos cursos d’água, assunto especial em uma cidade cortada por ribeirões e riachos, muitos deles canalizados. Finalmente, em dezembro, os artigos versarão sobre a disposição e tratamento dos resíduos sólidos.   O Hoje em Dia e as pessoas e entidades que se juntam ao jornal no debate das questões urbanas pretendem, nesta e outras ações futuras, contribuir com a discussão dos destinos da cidade que os belorizontinos e moradores da capital querem construir.      Virada da Mobilidade em BH   Por Guilherme Camargos Tampieri*   Ao longo das últimas décadas, Belo Horizonte, assim como outras cidades do mundo todo, foi moldada para (tentar) comportar as centenas de milhares de automóveis que ocupam as ruas. O espaço urbano em toda a cidade foi e continua sendo construído e desconstruído na ilusão da melhoria da fluidez do trânsito dos 1,1 milhão de automóveis que a cidade já possui e aos 250 carros que entram em nossas ruas todos os dias.   O resultado da equação: governos investindo e subsidiando o uso dos automóveis particulares, mais sociedade comprando essa ideia, mais novos carros na rua e uma cidade cada vez mais congestionada, poluída, barulhenta, tediosa e com qualidade de vida baixa.   Desde 1997, na busca por romper esse ciclo permissivo e levar a uma reflexão sobre a dependência criada em relação ao uso do carro, os franceses convencionaram que 22 de setembro seria o Dia Mundial Sem Carro. De lá para cá, cidades do mundo inteiro aderiram à iniciativa e fizeram com que pessoas experimentassem, pelo menos por um dia, outras formas de se locomover pelas cidades.   Com o passar do tempo, a ideia evoluiu e hoje não se trata apenas de promover um dia sem carro, mas uma semana (ou até um mês) da mobilidade. A Semana da Mobilidade tem se configurado um bom momento para mostrar os desafios que as cidades têm pela frente e, assim, induzir mudanças de comportamento no que tange ao uso e ocupação do território.   Desde agosto passado, dezenas de cidadãos e coletivos de BH vem se juntando para promover a Semana da Mobilidade com o objetivo de fomentar o uso do espaço urbano de maneira criativa. Serão promovidas ações de recuperação das áreas urbanas através de iniciativas pontuais, como, por exemplo, a Vaga Viva – uso do espaço de vagas de estacionamento dos carros para promoção de aulas públicas, cafés da manhã comunitários e outras tantas possibilidades de redesenhar esses espaços. É o momento de festejar a cidade para as pessoas.   As políticas públicas são determinadas não apenas por decisões finais, como decretos de prefeitos e possíveis vetos a bons projetos, mas, também, pelo empoderamento dos cidadãos sobre as arenas institucionais de se fazer política e pela criação de espaços, como a Semana da Mobilidade –capazes de gerar bons resultados no que tange à discussão sobre interesses comuns à res publica.   Seja em qual cidade for, cada um de nós é responsável e afetado pela forma como usamos o espaço urbano e os tipos de transporte que escolhemos para tal. Dessa forma, a articulação entre os diversos setores sociais (gestores públicos, coletivos sociais, empresas, universidade, escolas, dentre outras formas de organização social), é o primeiro passo para construir um modelo de cidade que, de fato, coloque a mobilidade das pessoas em primeiro lugar.   Saiba mais sobre a agenda da Semana da Mobilidade enviando e-mail para bhemciclo@gmail.com. Participe!   *Guiherme Tampieri é pesquisador do ITDP Brasil, integrante do Movimento Nossa BH, BH em Ciclo, do Bike Anjo BH, membro do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana e colaborador do Bike é Legal.

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