O Hoje em Dia não é contra as manifestações. Com isenção, este jornal abriu espaço para opiniões e tentativas de interpretação dos acontecimentos. Mas não pode e não vai aceitar como normal e democrática a violência provocada nos últimos dias por uma minoria dos que saíram às ruas para protestar. A insatisfação popular está sendo aproveitada pelos que tentam pescar em águas turvas. Não é aceitável que casas comerciais sejam depredadas ou roubadas, como no último sábado, na avenida Antônio Carlos.
Repórteres a trabalho foram agredidos. Algumas emissoras de TV nem conseguem mais se aproximar das manifestações. A TV Alterosa foi vítima de ameaças na noite de sábado e também a redação deste jornal. Dias antes, um caminhão de transmissão da Rede Record foi incendiado em São Paulo e, no Rio, um carro de reportagem do SBT.
Não há democracia sem uma Imprensa livre e, muito menos, sem o direito de trabalhar. Como atribuir caráter político a saques, depredações e agressões físicas a pessoas e a agentes públicos? Como defender de fato a democracia? São muitas as incertezas.
Talvez seja o momento de parar para refletir. Os manifestantes deveriam ouvir suas famílias. Nelas, há quem aprendeu, a duras penas, a valorizar a democracia, apesar de suas falhas.