Homem que matou mãe e filho consegue liberdade provisória por porte de arma, mas segue preso

José Vítor Camilo
02/08/2019 às 14:49.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:50
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

A primeira vez perante a Justiça do empresário Paulo Henrique Rocha, de 33 anos, que é suspeito de assassinar a ex-mulher e o filho dela no início desta semana, no bairro Ipiranga, na região Nordeste de Belo Horizonte, terminou de forma positiva para ele. A audiência de custódia realizada no início da tarde desta sexta-feira (2), que tratava especificamente sobre o crime de porte de arma, terminou com a liberdade preventiva sendo concedida ao homem. Apesar disso, por causa do mandado de prisão preventiva pelos assassinatos, ele segue detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

Segundo o advogado de Rocha, Leonardo Mouro Alves, o promotor teria feito o pedido prisão preventiva também pelo porte ilegal, uma vez que a arma em questão teria sido utilizada por ele para cometer os homicídios. "Nos manifestamos pela liberdade provisória, uma vez que meu cliente possui residência fixa e trabalho. Felizmente a Justiça concedeu a liberdade", comemorou. 

Ainda durante esta audiência de custódia, o acusado denunciou que ele e sua família estariam sofrendo ameaças. Diante da informação, a juíza Fabiana Cardoso expediu um ofício ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para verificar as possíveis ameaças. "A única coisa que a gente pede é que as pessoas respeitem a mãe, os filhos dele, que não têm nada a ver com os fatos. Que ele pague, mas a família não pode ser condenada junto com ele", disse o advogado. 

Agora, a defesa do suspeito protocolará um pedido de revogação da prisão preventiva e, simultaneamente, um habeas corpus dirigido ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). "Nossas alegações serão no sentido de que o Paulo é réu primário, possui residência fixa e um trabalho lícito. Ele é empresário, dono de uma fábrica de suplementos. Enquanto isso, já estamos preparando a defesa prévia para a audiência de instrução do processo principal, que ainda não tem data marcada", concluiu Alves. 

O crime 

A agente de controle de endemias Tereza Cristina Peres de Almeida, de 44 anos, e seu filho, Gabriel Mendes Paula, de 22, foram mortos a tiros na última segunda-feira (29), quando voltavam da academia que frequentam, no bairro Ipiranga. O jovem levou um tiro no ouvido e a mulher foi atingida três vezes no tórax e uma na cabeça.

Desde 2017, conforme a polícia, a mulher vinha denunciando o ex-marido. A Polícia Civil afirma ter pedido a prisão preventiva do homem em março. Porém, a juíza responsável pelo caso negou que a Justiça tenha sido comunicada que o ex-marido havia descumprido a medida protetiva, que havia concedido para ela em janeiro.

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