Homens, pessoas negras e entre 40 e 49 anos predominam no grupo que está atrasado para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, em Belo Horizonte. Os dados são do mais recente InfoCovid, relatório produzido pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela prefeitura da capital, publicado no final de novembro.
De acordo com a pesquisa, enquanto o percentual de mulheres sem a segunda dose é de 4,7%, o de homens é de 5,5%. Quando levada em consideração a faixa etária, 7,7% das pessoas entre 40 e 49 anos estão com a imunização atrasada, enquanto apenas 2,2% das de 70 a 79 anos ainda não completaram o esquema vacinal.
O levantamento ainda mostra que 5,8% das pessoas pretas e pardas estão com a segunda dose pendente. Segundo os pesquisadores, houve negligência no registro dos prontuários quanto a este importante marcador social, assim como ocorre em outras bases de dados da saúde.
Em BH, em mais de 25% dos registros, o indicador de cor não foi preenchido. Para os responsáveis pelo estudo, isso dificulta a identificação de grupos prioritários para ações de controle.
Vigilância
Mesmo com cerca de 80% da população maior de 12 anos de Belo Horizonte tendo recebido a primeira ou a segunda dose da vacina contra a Covid-19, os resultados do último InfoCovid mostram que um importante contingente de pessoas não retornou para a segunda dose. Para os responsáveis pela pesquisa, isso sugere que as ações de vigilância devem ser planejadas no intuito de entender o perfil desses indivíduos e promover a busca ativa nos postos de saúde por eles.
Os pesquisadores observam, também, que a cobertura vacinal relativamente elevada no Brasil gera menor incidência de casos graves e menor letalidade. Mesmo assim, eles pontuam que ainda é cedo para afirmar quando teremos um cenário de transmissão zero da doença.
*Com informações da UFMG