Homens sentem na pele o dano da negligência à saúde

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
01/12/2018 às 20:03.
Atualizado em 28/10/2021 às 04:01
 (Reprodução/Pixabay )

(Reprodução/Pixabay )

A velha resistência dos homens em visitar regularmente os consultórios médicos pode fazer com que 2018 termine com mais de 42 mil novos casos de câncer de pele entre eles, no país. Os números referem-se ao tipo não melanoma, o mais comum, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a derme.

Porém, a máxima de que “prevenir é melhor que remediar” permanece válida e pode, inclusive, salvar vidas. Especialistas apontam 90% de chances de cura quando o mal é descoberto no início.

O alerta é reforçado neste mês, com a chegada do verão. Nesta época, a exposição solar é mais evidente. As viagens para o litoral, em função das férias, também são frequentes. 

Coordenada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a campanha Dezembro Laranja busca conscientizar sobre a necessidade de prevenção à doença. De todos os tumores malignos registrados no país, 30% são de câncer de pele. 

Alterações nas pintas, pequenas manchas, alergias e alterações na derme aparentemente inofensivas podem indicar a existência de problemas, observam os médicos. Os sinais e sintomas são lesões que normalmente aparecem em áreas como rosto, colo e antebraços.

O Dezembro Laranja busca conscientizar a população sobre a necessidade de prevenção contra a doença

Aliado

Negligenciado por muitos no dia a dia, o protetor solar é uma das principais maneiras de prevenir o câncer de pele, afirmam dermatologistas. Para que o produto seja eficaz, é preciso seguir as instruções de uso à risca. 

O Fator de Proteção Solar (FPS) deve ser de no mínimo 30 e a aplicação precisa ser feita cerca de 20 minutos antes da exposição ao sol, de duas a três vezes ao dia. “Quem vai para a praia necessita aumentar o FPS para, no mínimo, 50, reaplicar o protetor de hora em hora nas áreas mais expostas. Atenção redobrada para quem tem pele mais clara e com muitas pintas e manchas”, diz a dermatologista Teresa Noviello, da SBD. 

O acompanhamento periódico com um especialista pode identificar um tumor precocemente. O tratamento varia de intervenção cirúrgica, nos casos de não melanoma, a quimioterapia, quando a enfermidade está avançada. 

“O autoexame é muito importante, mas é essencial procurar o dermatologista para o tratamento correto de retirada da lesão e cuidados paliativos com cremes à base de corticoides”, explica Teresa.

Outro tipo de tumor na derme é o melanoma, mais agressivo e potencialmente fatal

Mulheres

Se por um lado os homens não se cuidam, o sexo feminino não dispensa a prevenção. Elas também são alvos da enfermidade: neste ano, cerca de 40 mil devem desenvolver o tumor do tipo não melanoma, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). 

“As mulheres aceitam melhor as consultas e os acompanhamentos médicos, buscam mais tratamento e também são elas que levam a receita da fotoproteção (estratégias para reduzir os danos solares) a sério”, explica a dermatologista Gisele Viana, também membro da SBD.

Desde 2017, a rotina de cuidados com a pele faz parte da vida da diretora de arte Raquel Almeida, de 24 anos. Ela diz que as medidas de precaução foram intensificadas quando passou a trabalhar em gravações ao ar livre, que exigiam maior tempo de exposição ao sol. 

Segundo a Raquel, foi necessário proteger o rosto e as tatuagens que tem. “Além disso, meu avô teve melanoma e identificaram fatores genéticos de relação com a doença, então, o cuidado passou a ser maior”, afirma.

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