Hospital das Clínicas da UFMG reduz superlotação no pronto-socorro em 62%

Anderson Rocha
04/06/2019 às 10:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:57
 (Divulgação/ UFMG)

(Divulgação/ UFMG)

O Hospital das Clínicas da UFMG reduziu em 62% a superlotação de urgências e emergências. O dado foi registrado pelo indicador chamado Nedcos (sigla em inglês para Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência) e divulgado pela própria instituição. 

O tempo de permanência do paciente internado no pronto-socorro diminuiu em 19% e a média de permanência dos leitos de retaguarda, em 22,5%. Conforme o HC, a alteração nos números é resultado da adoção, nos últimos seis meses, da metodologia Lean, que busca reduzir a superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos.     

A unidade de saúde é o 39º hospital brasileiro a empregar o método. De acordo com a instituição, diversas ações foram implementadas para otimizar a eficiência dos processos e agilidade dos fluxos. 

“Atendemos, em média, 40 pessoas por dia. Os nossos pacientes são, em sua maioria, crônicos e com quadros complexos, e grande parte demanda internação. Assim como várias instituições no Brasil, a emergência do HC tinha uma taxa de ocupação acima do ideal”, afirma a chefe da unidade, Melissa Prado de Brito.

Causas da superlotação

A unidade de urgência e emergência do Hospital possui 66 leitos e 16 pontos de atenção nos corredores. “Já chegamos a ter 60 pacientes nos corredores, número que foi reduzido à metade desde o início do projeto Lean nas emergências”, informou Melissa. 

Segundo ela, as causas da superlotação nas emergências são múltiplas: pacientes aguardando leitos, baixo giro de leitos hospitalares, taxas de ocupação acima de 90%, fluxos de pacientes eletivos e de pacientes urgentes sem separação, fluxos pouco operantes, considerando os processos e a integração com a rede, e processos de trabalho mal planejados, com execução de atividades que não agregam valor para o paciente.

“Foi uma grata surpresa ver, seis meses após a implantação do Lean, que a enfermaria que recebe a maioria dos pacientes do pronto-socorro reduziu de 18 para 12 dias a taxa média de permanência dos pacientes”, destacou Marcello Pedreira, médico consultor do Hospital Sírio Libanês para o projeto Lean nas Emergências.

A ideia, agora, é dar sequência às ações, ajustando o que for necessário em busca de se atingir a meta de 25 pacientes no corredor. Para isso, um grupo executivo composto de gestores e profissionais da assistência do pronto-socorro do HC se reúne semanalmente para discutir indicadores e processos, que são monitorados diretamente pela equipe do projeto em Brasília.

(Com UFMG)

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