Hospital de BH realiza primeiro transplante de órgão utilizando robô em Minas

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
19/10/2018 às 19:26.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:20
 (Divulgação/Felício Rocho)

(Divulgação/Felício Rocho)

O Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, foi o primeiro de Minas Gerais a realizar, nessa terça-feira (16), uma cirurgia de transplante de órgão por meio de um robô. O procedimento foi feito em um homem de 27 anos, que doou um rim para o pai, de 60 anos, que sofria com insuficiência renal há quinze anos.

"Esse tipo de cirurgia é muito benéfico e importante no caso dos doadores vivos, que são pessoas saudáveis que se dispõem a passar por um procedimento para salvar uma vida. Temos cuidar para que o trauma cirúrgico seja o menor possível", afirmou Marco Túlio Lasmar, cirurgião responsável pelo procedimento. A cirurgia foi realizada em um dia e o doador teve alta no outro.

Menos chances de erros

Lasmar detalhou como a cirurgia funciona, explicando que, através de um console e controles parecidos com joy sticks, o médico consegue controlar o braço robótico que fica em contato com o paciente. "O equipamento tem a mesma amplitude de movimentos da mão humana e acrescenta uma visão tridimensional que torna o procedimento mais preciso do que seria em uma cirurgia aberta - com o abdome todo aberto - ou a laparoscópica".

A equipe de trabalho no procedimento também é reduzida. Segundo Lasmar, em uma laparoscopia, na qual os instrumentos são inseridos por pequenos buracos junto com uma microcâmera com uma fonte de luz que guiam o cirurgião, é necessária a assistência de outro cirurgião que segure a câmera. Na cirurgia robótica, o auxiliar não é necessário.

Outro benefício destacado é a diminuição dos riscos de infecção e do trauma cirúrgico, o que permite uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

Caminho de inovação

O Felício Rocho foi o primeiro em Minas e o segundo no Brasil a realizar o procedimento por meio do robô. Segundo Lasmar, a tecnologia já vem sendo usada em outras áreas, como em cirurgias de câncer de próstata e outros procedimentos urológicos e cirurgias ginecológicas. "Já temos esse trabalho com robôs há cerca de dois anos e a intenção é expandir para outras especialidades, como já é feito no resto do mundo", conta o urologista, que ainda afirmou que a equipe deve viajar para a Índia a fim de treinar a cirurgia robótica de transplante no receptor.

Por outro lado, esse tipo de cirurgia tem alguns impedimentos, e Lasmar aponta o custo como o principal deles. "Os custos do robô em si, da manutenção e do treinamento são altos, o que dificulta a implantação também no SUS e a incorporação pelos planos de saúde".

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