Hospital Público Veterinário de BH passa a atender com foco em urgência; veja fotos e vídeo

Anderson Rocha e Lucas Prates
portal@hojeemdia.com.br
09/03/2021 às 14:53.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:21
 (Lucas Prates/ Hoje em Dia)

(Lucas Prates/ Hoje em Dia)

O Hospital Público Veterinário de Belo Horizonte passou a funcionar nesta terça-feira (9) no bairro Carlos Prates, na região Noroeste da capital. Devido às novas determinações da Prefeitura de BH para evitar o contágio da Covid-19, publicadas na última sexta-feira (5), o espaço atenderá exclusivamente os casos de urgência e emergência até o fim dessa fase mais restritiva.

Conforme a administração municipal, o espaço oferta atendimento gratuito para cães e gatos de famílias que residem na cidade e não possuem condições de pagar tratamentos veterinários (veja condições abaixo). Um dos atendidos nesta terça foi o motorista João Machado, de 73 anos, que procurou ajuda após o cachorro dele, Dodó, ter se acidentado.Lucas Prates/ Hoje em Dia

O cão de João Machado em atendimento

"Não sabemos se ele foi atropelado ou se caiu em algum buraco. Ele fugiu de casa e voltou já desse jeito. Estamos tendo atendimento abençoado. Eu não teria condições de pagar, só se eu vendesse o carrinho velho que eu tenho", contou.

Já a advogada Izabella Viterbo, de 32 anos, resgatou uma cadela, chamada de Princesa, após um atropelamento. O animal sofreu uma fratura exposta e foi atendido no Hospital. "Ela vai para adoção, mas minha filha já pegou amor. É a primeira vez que faço um resgate e a sensação é muito gratificante", disse.

Segundo ela, a instalação do Hospital Público Veterinário deverá ajudar na diminuição no número de abandonos de animais na cidade.

"Muito do abandono que ocorre é por falta de ter um espaço como esse. Muita gente não tem condição de pagar, vê o bichinho sofrendo e acaba abandonando, muitas vezes na esperança de alguém pegar para cuidar. Acho que vai melhorar muito essa questão", afirmou.Lucas Prates/ Hoje em Dia

Izabella e a cadela Princesa

Como funciona

Entre os procedimentos ofertados no espaço, há atenção a casos de urgência, exames de imagem e laboratoriais, cirurgias e internação. No entanto, durante a fase de suspensão das atividades não-essenciais na capital, apenas situações de emergência e urgência serão atendidas.

"Os casos urgentes são aqueles entendidos como uma situação clínica ou cirúrgica, sem risco de morte iminente, mas que se não for tratada, pode evoluir para um quadro mais grave, como tumores com feridas, icterícia (animal amarelado) e secreção na região genital (no caso de fêmeas)", informou a PBH, em nota.

Já a emergência é caracterizada, segundo a prefeitura, por casos que implicam risco imediato de morte, que exigem tratamento nos primeiros momentos após sua constatação (atropelamento, hemorragia ativa, convulsão, perda de consciência, falta de ar e gato que para de urinar).Lucas Prates/ Hoje em Dia

Durante fase restritiva, atendimento é focado em urgências e emergências

Conforme a PBH, a triagem para os atendimentos de urgência e emergência estará disponível de segunda a sexta-feira, a partir das 8 horas. Nesse atendimento, apenas uma pessoa terá a entrada autorizada para acompanhar o animal.

O centro veterinário tem capacidade para receber 30 cães ou gatos por dia, sendo 27 atendimentos para animais da população de baixa renda e três para animais de protetores ou entidades de defesa do animal, que sejam situadas no município.

O projeto é uma parceria entre a PBH e a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – Seção São Paulo (Anclivepa-SP), organização da sociedade civil (OSC) que venceu o edital de Chamamento Público, publicado em maio do ano passado pela prefeitura (saiba mais no fim da matéria).

O hospital funciona à rua Bom Sucesso, 731, no bairro Carlos Prates. Para ser atendido, o interessado precisa levar Carteira de Identidade (RG), CPF e comprovante de residência em Belo Horizonte, além de inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).

Saúde pública

De acordo com o gerente de Defesa dos Animais, Leonardo Maciel, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o hospital trará vários benefícios sociais para a população.

"Esse hospital, para além da proteção animal, ele é uma ação de saúde pública, que visa o controle populacional, diminuindo a transmissão de zoonoses e evitando que mais animais vão parar na rua. Hoje, temos uma expectativa de 30 mil cães de rua em BH", contou.

Maciel pediu à população que, devido ao momento de pandemia, vá ao hospital apenas em casos de real necessidade do animal e evite fazer aglomeração no local. O gestor também explicou que a unidade não tem o objetivo de se tornar um centro de controle populacional, pois o município já possui cinco centros de zoonoses.

"O Hospital tem como principal foco o tratamento de doenças dos animais. Isso não o impede de realizar a castração e esterilização, mas não é objetivo central", alerta.

A prefeitura informou que o atendimento segue todos os protocolos sanitários necessários em razão da Covid-19, respeitando todas as regras definidas pelas autoridades de saúde. Os responsáveis pelos animais só serão atendidos mediante o uso de máscaras.

Gestão do hospital

A gestão do Hospital Público Veterinário de Belo Horizonte será feita pela Anclivepa-SP, instituição que atua desde 2012 no serviço veterinário e, conforme a PBH, é responsável pela gestão de 10 hospitais públicos veterinários no país, em parcerias com os governos locais.

Para dar início ao funcionamento da unidade, a PBH investiu aproximadamente R$ 1 milhão, incluindo os custos de adequação do espaço, compra de equipamentos e contratação de pessoal. A Anclivepa-SP, em contrapartida, investiu R$ 2,4 milhões.

"A criação do hospital é fruto de uma iniciativa do deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD) em articulação com o prefeito Alexandre Kalil (PSD)", informou Maciel. O poder público também é responsável pelo monitoramento e pela fiscalização da gestão do hospital.

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