Ibama indica atraso em obras da Samarco entre Fundão e usina de Candonga

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
26/10/2016 às 13:18.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:23
 (Editoria de Arte)

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Às vésperas de completar um ano da maior tragédia ambiental do Brasil, a chuva volta a ser motivo de preocupação na área onde a barragem de Fundão se rompeu, em Mariana, região Central. Balanço apresentado ontem pelo Ibama aponta atraso nas obras de contenção dos rejeitos, que podem ser carregados e poluir mais uma vez o rio Doce.

Vistorias feitas por técnicos do órgão mostram que em apenas seis dos 77 pontos com risco de erosão nas margens do rio há trabalhos sendo feitos por equipes da Samarco. O trecho avaliado tem 100 quilômetros e vai até a hidrelétrica de Candonga, que conteve parte dos rejeitos.

Para a presidente do Ibama, Suely Araújo, o atraso decorre por conta da complexidade do serviço. “A empresa está sendo punida através de multas, mas a preocupação maior é evitar problemas caso a lama caia no rio”, disse ela, ao falar dos riscos durante o período de chuva.

Uma das ações tomadas, segundo informou o Ibama, é um plano emergencial. Nele, a população será orientada sobre os cuidados a serem tomados em caso de aumento do carreamento de rejeitos para o rio Doce e afluentes.

Cenários

Levando em consideração as médias históricas de chuvas e o cronograma de obras da Samarco, três cenários foram traçados. Classificados como otimista, realista e pessimista, o cenário mais crítico é o trabalhado pelo órgão federal. Nesse caso, Candonga receberia 4,3 milhões de m³ e seria incapaz de conter o excesso de lama. Por lá, a mineradora instalou uma barreira de 180 metros de comprimento e irá construir outra de 240 metros. Obras de dragagem e monitoramento do nível da água são realizados 24 horas por dia.

Já a Samarco trabalha com o cenário realista. Caso se confirme, Candonga receberá 2,3 milhões de m³ de rejeitos até o fim das chuvas. As obras de drenagem seriam suficientes, mas ainda estão em curso.

Por meio de nota, a mineradora informou ter recuperado cerca de 800 hectares de vegetação de Fundão até Candonga, o que representa 100% do acertado no Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado em março. Já a revegetação está sendo reforçada e ações estão sendo implantadas até o rio Gualaxo.

A Samarco também afirmou que as obras de reforço das estruturas remanescentes foram concluídas. “A construção da barragem de Nova Santarém no Complexo de Germano será finalizada em dezembro deste ano. O dique S4 teve suas obras iniciadas no final de setembro e deve ser concluído em janeiro de 2017. Todas as estruturas planejadas e em construção terão capacidade de reter o rejeito remanescente da barragem de Fundão”.

(Com Igor Patrick e Agência Estado)

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