Idosa sofre infarto e agoniza por mais de dez horas à espera de atendimento no Hospital JK

Mateus Rabelo - Hoje em Dia
05/11/2014 às 00:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:54

Uma idosa, de 64 anos, aguarda por mais de dez horas por atendimento no hospital JK, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, após sofrer um infarto na tarde desta terça (4). Segundo a sobrinha da paciente, Gláucia Cristina Rodrigues de Oliveira, o próprio médico que atendeu a idosa informou que o quadro clínico dela é grave, o risco de um novo infarto é alto e as chances de óbito se isso acontecer são maiores ainda.   De acordo com Gláucia, Maria de Lima Rodrigues chegou ao hospital às 13h40 após passar mal. No local foi constatado, após exame, que ela havia sofrido um infarto. "Após esse exame o médico pediu que ela esperasse para fazer um novo exame, que foi feito quatro horas após o primeiro. Neste segundo exame foi constatado que ela estava a beira de um segundo infarto, mas nada foi feito até o momento para que isso seja evitado", desabafa Gláucia.   Segundo ela, o médico, ao ver o resultado do exame, pediu que a senhora fosse encaminhada à urgência para internação, mas foi quando a situação tomou outra proporção. "Mesmo com o pedido médico, o hospital informou que não havia leitos disponíveis e que ela seria internada quando um dos leitos fossem desocupados, coisa que não aconteceu até agora", relata.   Até às 0h desta quarta, a idosa continuava aguardando no corredor o atendimento, sentada em uma escada usada para subir em macas. "Nem sequer uma maca eles providenciaram. Ela está lúcida, mas o medo é o risco do segundo infarto, que segundo o próprio médico, tem um grande risco de acontecer devido as alterações elevadas do segundo exame", explica.   O último contato que a sobrinha da paciente teve com o médico responsável pelo atendimento é que a idosa seria incluída no AIH, que seria um cadastramento de leitos, para depois ser levada de maca para a urgência. "Mesmo assim, eles já disseram que não têm condições de atender minha tia aqui, que ela precisa de exames e medicamentos que o hospital não possui. Além disso, também disseram que nem transferência podem fazer, somente às 8h desta quarta. Um absurdo! E o risco que ela corre com isso? Ela sofreu um infarto no início da tarde, podemos ter uma tragédia aqui por causa da precariedade no atendimento. E é precário mesmo, porque nesse período que estamos esperando, dezenas de outros pacientes estão na mesma situação. Um homem, inclusive, teve uma parada cardíaca ao nosso lado depois de horas esperando por atendimento", completa.   O hospital informou que, devido ao horário, nenhuma pessoa da diretoria foi encontrada para prestar esclarecimentos sobre a denúncia e pediu que nossa reportagem entrasse em contato nesta quinta pela manhã.

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