Uma imagem que mostra cachorros abandonados nas ruas de Abre Campo, na Zona da Mata, sendo levados por um caminhão da prefeitura para serem despejados no lixão da cidade têm revoltado os moradores. Compartilhada pela ONG de proteção animal Cão Sem Dono, na última terça-feira (12), a postagem já chega a quase 20 mil compartilhamentos. 

Um vídeo divulgado no post, mostra ainda uma moradora chorando ao se despedir de um dos animais que ajudava a cuidar sendo levado no caminhão. No lixão, cerca de 20 cães foram deixados pelo caminhão em um local a cerca de três quilômetros de distância do centro da cidade, repleto de sujeita, sem água ou alimento. Um deles, inclusive, está preso a uma corrente. 

O diretor da ONG, Vicente Define Neto, que compartilhou a denúncia, explica: "Quando eu recebi essa denúncia liguei na prefeitura da cidade e um funcionário me disse que isso aconteceu porque um cachorro mordeu uma pessoa, que solicitou a retirada do animal da rua. Mas este cachorro tinha dono e o tutor disse que se fossem levar o cão dele, era para levarem todos os animais da rua. Aí eles começaram a recolher os bichos para descartar no lixão". 

Uma moradora chegou a filmar o momento em que os cães estavam sendo recolhidos das ruas e colocados no caminhão. 

Segundo a Constituição Federal, em seu artigo 225, é dever do poder público "proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma de lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade". 

Com base na Lei, o diretor da ONG sugere que outras medidas poderiam ter sido adotadas pela prefeitura para diminuir o número de animais nas ruas. "Deveriam ter um programa de castração ou desenvolver ações como uma feira de adoção na praça, convocar a população para ajudar, conscientizar as pessoas sobre o abandono. Mas isso não se faz, não se joga um cachorro no lixo como se fosse uma cadeira quebrada que não serve mais, isso é um crime", conta. 

A denúncia motivou o deputado estadual Osvaldo Lopes a pedir uma providência ao Ministério Público de Minas Gerais:

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Abre Campo ainda não se manifestou sobre o ocorrido. 

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