Imbróglio entre Polícia Civl, Seds e Justiça recoloca o maníaco do sedã vermelho nas ruas

Álvaro Castro
acastro@hojeemdia.com.br
21/06/2016 às 13:55.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:59
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Um imbróglio entre a Polícia Civil, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acabou por recolocar na rua o chamado "maníaco do sedã vermelho". Rogério Pereira dos Santos, 49 anos, foi preso suspeito de estuprar ao menos três mulheres em Belo Horizonte, no dia 11 de maio.

Ele foi levado à  Delegacia Especializada do Plantão de Atendimento à Mulher, onde foi ouvido e reconhecido. A partir de então, foi decretada sua prisão provisória que duraria 30 dias.  Segundo a Polícia Civil, a delegada encaminhou o caso ao Ministério Público com todas as provas, laudos, o reconhecimento das vítimas e os resultados das perícias dos locais e também do veículo.

O MP comunicou à polícia que pediu a conversão de prisão temporária em prisão preventiva no dia 9 de maio, dois dias antes da prisão temporária terminar. Para a Polícia Civil, este pedido chegou apenas no dia 15 de junho.

Contudo, seu período de prisão temporária, conforme informou o TJMG terminou à meia-noite do dia 10. Com isso, no dia 11 ele acabou sendo liberado, mesmo com a real possibilidade de ser condenado a 24 anos de prisão pelos crimes de estupro e roubo.

Em nota, o TJ informou que "tão logo o processo foi para 10ª Vara Criminal, o juiz converteu a prisão temporária em preventiva, ainda antes de vencer o prazo daquela prisão. Informa ainda que nenhuma ordem de soltura partiu da 10ª Vara Criminal. Como se trata de um processo que tramita em segredo do Justiça, o juiz não vai mais se pronunciar sobre o caso", diz o texto na íntegra.

Já a Secretaria de Defesa Social informou, também por nota que "a unidade prisional consulta diariamente o Sistema de Informação Policial (SIP) para verificar se há impedimento ou novo mandado de prisão para os presos. A prisão temporária do Rogério Pereira dos Santos vencia dia 10 de junho, sendo que, até meia-noite, não havia nenhum impedimento cadastrado no sistema. Verificando o sistema, identificamos que a inserção só foi feita dia 16 de junho, ou seja, seis dias após o vencimento da prisão temporária", informou o texto.

A Polícia Civil explicou, ainda, que desde o dia 17 de junho há um mandado de prisão contra Rogério e que há uma equipe da Delegacia Especializada do Plantão de Atendimento à Mulher destacada especialmente para sua busca. Ele encontra-se foragido.

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Relembre o caso

De acordo com a polícia, os crimes aconteceram nos bairros Pampulha e Venda Nova. O suspeito ameaçava as vítimas com uma arma e praticava os estupros dentro de um sedã vermelho.

O primeiro caso foi registrado no dia 17 de abril, contra duas vítimas, de 37 e 44 anos. Ela foram abusadas após aceitarem carona que o suspeito ofereceu na saída de uma boate.  No último domingo (8), o homem violentou outra vítima, de 49 anos. O suspeito a abordou no bairro São Luís, e, com uma arma, a obrigou a entrar no veículo.

Depois do crime, conforme as investigações, ele a deixou na mesma rua em que havia feito a abordagem. As policias Civil e Militar iniciaram investigação e conseguiram ter acesso a imagens do suspeito no momento em que ele deixava a vítima.

A partir das imagens foi possível identificar a placa do veículo que pertence ao investigado.

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