Impasse à beira do reservatório Rio Manso prejudica população

Alberto Sena - Do Hoje em Dia
04/02/2013 às 09:38.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:41
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

O fazendeiro Sebastião Oliveira Rezende, de 64 anos, 41 deles às margens da barragem Rio Manso, aproximou-se e não correspondeu ao gesto de apertar a mão porque a dele “está suja de sangue”. Mas, solícito, estendeu o dedo indicador enquanto dizia ter acabado de abater uma rês nos fundos de casa. Quem visse as roupas e os pés calçados de Sebastião, numa outra circunstância, poderia pensar que ele matara alguém. Mas os sinais do “crime” contra o boi estavam no mato, entre a sede da fazenda e as margens do reservatório: o bucho do animal rasgado e as tripas próximo da trilha, manjar fresquinho para os urubus.   Sebastião é um dos vizinhos da barragem que estranham a falta de vigilância da Copasa, antes frequente dia e noite. Nem o fazendeiro nem ninguém vê mais os seguranças que percorriam as trilhas de moto.    Sem eles, o reservatório vem sofrendo com o lixo largado por pescadores; com o gado bovino e equino, que invade alguns pontos da área, a partir de uma longa trilha; com esterco fresco, inclusive dentro d’água; e até com “porcos selvagens”, sucessores dos que fugiram devido ao enchimento da barragem. Marcas das patas dos “javali-porcos”, como são chamados, estão em trilhas e são prova da ameaça dos animais a pessoas e plantações.   Queixas   Mas quem mais tem reclamações contra a Copasa são os 6.500 habitantes de Brumadinho e Rio Manso, nome do rio dado à cidade e também à barragem que abastece cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte.    Representados pelos vereadores Luzia das Graças Souza (PR) e Ademir Lopes de Souza, o Pingo (PP), moradores de Rio Manso se sentem usados pela companhia. Estão à beira da barragem, mas não dispõem de água encanada nem de rede de esgoto.    Além disso, utilizam cisternas e fossas sépticas há décadas, o que pode ter contaminado o lençol freático e o reservatório. Ao que o vereador Pingo graceja com uma frase que corre de boca em boca: “A região metropolitana bebe o cocô de Rio Manso”.    Leia mais na Edição Digital do Hoje em Dia 

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