Implosão de viaduto é embargada pela Superintendência do Trabalho e Emprego

Hoje em Dia
08/09/2014 às 15:19.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Lucas Prates/Hoje em Dia/Arquivo)

(Lucas Prates/Hoje em Dia/Arquivo)

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (STRE/MG) embargou a demolição da alça norte do viaduto “Batalha dos Guararapes”, na avenida Pedro I, região da Pampulha. A decisão foi tomada na sexta-feira (5) e está amparada pelo Artigo 161 da Consolidação das Leis do Trabalho e da Norma Regulamentadora. A alça sul do viaduto desabou no dia 3 de julho matando duas pessoas e ferindo outras 23.   De acordo com a STRE/MG, a Cowan foi notificada pela fiscalização do trabalho no dia 14 de agosto. Conforme a notificação, a empresa deveria apresentar, até o último dia 28, informações sobre os procedimentos operacionais e de segurança ocupacional a serem adotados nas obras de demolição.    Na quinta-feira (4), a Cowan entregou um documento à SRTE/MG com o plano de trabalho prevendo a demolição da alça norte do viaduto em 11 etapas. Em nota enviada à imprensa, a STRE/MG disse que as informações prestadas pela construtora são “insatisfatórias” e “sem indicação de sequência temporal para execução e sem previsão de datas”.    “A empresa, conforme consta no relatório, deixa de esclarecer em que consistem os procedimentos envolvidos nas obras de demolição, em especial de informar o que pretende fazer e em que se constitui a adequação de cimbramento ou a ‘retirada de torres”, afirmou a STRE/MG.   De acordo com o chefe substituto da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador da STRE/MG, Mário Parreira de Faria, o projeto apresentado pela Cowan mostra que será necessário retirar o reescoramento feito no local após a queda da estrutura. “A retirada do reescoramento coloca o trabalhador em risco, pois a estrutura poderá ruir. Queremos que a construtora apresente um projeto que garanta a estabilidade do viaduto e proteja o trabalhador durante a obra”, disse.    “Tudo indica que o carregamento de explosivos será efetuado sem que o tabuleiro do viaduto esteja apoiado pelas peças de reescoramento. São reais os riscos de colapso do bloco de fundação sob o Pilar P5 da alça norte, seguido do desabamento do tabuleiro sobrejacente”, explicou a STRE/MG.   A decisão da STRE/MG também determina que durante a paralisação dos serviços, em decorrência do embargo, os empregados devem receber normalmente os salários. A construtora Cowan ainda poderá recorrer da decisão no prazo de 10 dias.   Em nota enviada à imprensa, a Cowan afirmou que vem "mantendo reuniões com o fiscal do SRTE/MG acerca da demolição da alça norte do viaduto Guararapes e que vai detalhar ainda mais o plano para atender às exigências do Ministério do Trabalho".     Entenda o caso   A Justiça já havia autorizado, nessa terça-feira (2), a implosão da alça norte do viaduto "Batalha dos Guararapes". No entanto, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) terá que cumprir algumas condicionantes. Caso contrário, o trabalho será suspenso. A princípio, a implosão está marcada para acontecer no próximo dia 14. Contudo, conforme a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), a data pode ser remarcada para o dia 21 caso seja necessário.   Conforme determinação do juiz Renato Dresch, até o dia 10 de setembro a prefeitura terá que apresentar o plano de remoção dos moradores. Já os imóveis que ainda não foram vistoriados, os que estão no perímetro crítico de 50 metros da alça, deverão ser avaliados pela Defesa Civil até dia 12.   A implosão ficará sob a responsabilidade da empresa carioca Fábio Bruno Construções, contratada pela Cowan, e está marcada para começar às 9 horas. Uma série de medidas de segurança serão adotadas para evitar acidentes.    Dados coletados in loco, como peso da estrutura, tamanho das vigas e até mesmo uma análise do solo foram lançadas em um software que já fez a simulação da implosão, contou Fábio Bruno Pinto, sócio da empresa. Ele diz que serão feitos furos nos três pilares que sustentam o viaduto e, nos buracos, serão colocados 125 quilos de explosivos.   "Três segundos é o tempo da implosão. Faremos uma espécie de vala nas duas extremidades do elevado para minimizar o impacto do tremor". Além disso, telas metálicas e uma manta geotextil serão colocados em volta dos pilares para evitar o lançamento de fragmentos.   Em um raio de 15 metros, será sentido um abalo de 17 milímetros/segundo, um impacto pequeno, segundo o especialista. Caso aconteça algum acidente, a empresa conta com um seguro que arcará com qualquer despesa. A retirada dos escombros, que também está sob a responsabilidade da Cowan, será feita entre os dias 14 e 21. A previsão da Prefeitura é que, após essa data, o trânsito na via volte a ser liberado.

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