Inconformado com término, homem atira na ex e tenta suicídio em seguida em Montes Claros

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
08/11/2018 às 17:32.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:41
 (Reprodução/ Google Street View)

(Reprodução/ Google Street View)

Uma mulher foi baleada e morta pelo ex-namorado, na noite dessa quarta-feira (7), em Montes Claros, no Norte de Minas. Após o crime, o agressor também tentou se matar em seguida.

De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 22h30, ambos se encontravam em frente a um bar, na rua Tessalia, no bairro Vila Áurea. Segundo testemunhas, o homem, de 44 anos, atirou na ex-namorada, de 46, por não concordar com o término da relação. 

Em seguida, o agressor deu dois tiros na própria cabeça. Homem e mulher caíram ao chão e foram socorridos, em estado grave, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Levados à Santa Casa de Montes Claros, a mulher não resistiu e morreu. Já o homem sobreviveu e iria passar por cirurgia.

A assessoria do hospital não foi localizada para dar informações sobre o estado de saúde do agressor. A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão da Polícia Civil da cidade. 

CRIME CRESCENTE

Segundo dados do 3º Pelotão da PM, nos oito primeiros meses deste ano a corporação atendeu a 1.803 casos de violência doméstica em Montes Claros – média de 7,5 por dia. Em dois deles, as vítimas morreram.

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública mostram que Minas Gerais tem um caso de violência doméstica contra a mulher a cada 3 minutos e 37 segundos.

A defensora pública Maíza Rodrigues da Silva explica que o aumento desse tipo de crime se deve à “falta de políticas públicas aliada ao machismo, o que não ajuda a mulher a sair dessa situação de violência”, diz.

Segundo Maíza, há uma banalização desse tipo de violência, porque as pessoas buscam fazer justiça com as próprias mãos. “A grande maioria das mulheres depende financeiramente do companheiro e isso faz com que continue vivendo num ambiente nocivo. Isso se deve também a uma cultura já existente no país, que é o patriarcado”, explica a defensora. “A mulher demora a identificar a violência. Normalmente só percebe quando ocorre a violência física. Geralmente, começa com maus-tratos, com xingamentos e a mulher convive com isso de forma natural porque faz parte da cultura do país”, diz Maíza, que ressalta a importância de se combater esse tipo de comportamento.

Ela defende a criação de políticas públicas para proteger a mulher. “A solução essencial para combater é a educação. É levar o assunto para as escolas, para espaços públicos e lutar todos os dias contra isso, porque a cada 10 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil”, ressalta.

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