A Polícia Civil (PC) concluiu, nesta terça-feira (3), o inquérito sobre uma tentativa de homicídio que ocorreu na zona rural de Santo Hipólito, na região Central de Minas Gerais. Entre os suspeitos, está um vereador e o filho dele de 17 anos. José Maurílio Ramos Trindade, de 41 anos, foi preso temporariamente nessa segunda-feira (2) por atrapalhar as investigações da polícia. O crime ocorreu durante uma festa popular para comemorar o Ano Novo, em 1º de janeiro, no distrito Nossa Senhora da Glória, quando um jovem, de aproximadamente 20 anos, foi esfaqueado. De acordo com o delegado responsável pelo caso Vítor Amaro Beduschi, da delegacia de Corinto, o vereador é uma espécie de coronel da cidade “à moda antiga”. Durante as investigações, ele teria feito ameaças à vítima e às testemunhas do crime. “Para entender a influência que ele tem na cidade, o boletim de ocorrência só foi registrado dias depois. O registro foi feito pela Polícia Militar porque os familiares da vítima estavam sendo ameaçados e não quiseram fazer a ocorrência”, contou o delegado. “Até a prisão do vereador, nenhuma testemunha intimada havia comparecido à delegacia. De ontem (segunda-feira) para hoje (terça-feira), seis testemunhas vieram prestar depoimento.”, afirmou Beduschi. Mesmo com a prisão do pai, o adolescente teria ido à casa da vítima e feito ameaças de morte. A polícia foi acionada, mas quando ele percebeu a presença da corporação fugiu do local. O José Maurílio foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e o filho dele por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio. A Polícia Civil entregou o inquérito à Justiça e espera agora que o Ministério Público peça a internação do menor. O crime Conforme Beduschi, ainda em dezembro do ano passado, o filho do vereador teria furtado pertences pessoais do jovem. A vítima teria conversado com o adolescente na tentativa de recuperar os objetos. O menor, então, teria ameaçado a vítima de morte. No dia do Réveillon, durante uma festa popular, os dois tiveram uma discussão. Após a dispersão da população, o José Maurílio teria saído em favor do filho e derrubado a vítima no chão. As investigações apontam que o vereador ajoelhou no pescoço do jovem e o imobilizou. “O vereador chamou o filho que, por sua vez, esfaqueou a vítima”, explicou o delegado. O jovem ficou em estado gravíssimo, passou por cirurgias em um hospital de Curvelo e teve alta no último dia 27. Na semana passada, ele prestou depoimento e confirmou a história apurada pela polícia.