Inspirado em livro de Dona Lucinha, Salgueiro leva cultura e culinária mineiras ao desfile do Rio

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
15/02/2015 às 08:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:02
 (Alex Nunes/Divulgação)

(Alex Nunes/Divulgação)

Um desfile de encher os olhos e dar água na boca, regado às delícias da cozinha mineira e à rica cultura do Serro. É essa a aposta da Acadêmicos do Salgueiro, que leva ao Carnaval do Rio de Janeiro o enredo “Do fundo do quintal, saberes e sabores na Sapucaí”.

O tema, uma viagem pelos sabores que Minas oferece e resguarda, foi inspirado no livro “História da Arte da Cozinha Mineira”, escrito por Dona Lucinha e a filha, a historiadora Márcia Clementino Nunes.

Sexta agremiação a adentrar na Sapucaí nesta noite, o Salgueiro deve começar o desfile já na madrugada de amanhã, por volta de 1h50. A escola levará à avenida 3.900 componentes, distribuídos em 36 alas, seis carros alegóricos e um tripé.

MAIS UM DEGRAU

Após o vice-campeonato do ano passado, o Salgueiro chega à Sapucaí com o objetivo de subir mais um degrau e contabilizar a décima vitória no desfile das escolas de samba cariocas.

Com poucas alterações desde 2014, a escola traz no comando a presidente Regina Celi, a dupla de carnavalescos Renato e Márcia Lage. E, à frente da bateria, a atriz Viviane Araújo, que desfila na escola há sete anos. Com a saída de Quinho, o som vem puxado pelos outros dois intérpretes da agremiação, Serginho do Porto e Leonardo Bessa.

Além das cores das bandeiras, que compartilham o vermelho e o branco, Minas e Salgueiro têm mais em comum. E essa não será a primeira vez que a escola cantará a história do Estado.

Nos anos 1960, conseguiu ótimos resultados ao homenagear mineiros na passarela do samba. Foi vice-campeã em 1961 com “Vida e Obra de Aleijadinho”, campeã em 1963 com “Xica da Silva”, vice-em 1964 com “Chico Rei” e ficou em terceiro lugar, em 1968, com “Dona Beja, a Feiticeira de Araxá”.

ESSÊNCIA PRIMITIVA

No Página 2 Entrevista de amanhã, Dona Lucinha, inspiração do samba-enredo da escola, falou ao Hoje em Dia sobre a sensação de emprestar sua história a um desfile de escola de samba do Rio de Janeiro, contou sobre a trajetória do Serro à capital mineira e sobre o prazer em pilotar o fogão do alto de seus 82 anos.

Proprietária de quatro restaurantes, três em Belo Horizonte e um na capital paulista, Dona Lucinha faz questão de, passados tantos anos, manter a essência primitiva da culinária que faz. “Não se pode perder os costumes”, diz.
 

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