Irmãos são presos por fraudar perfis em aplicativos de transporte

Lucas Eduardo Soares
26/02/2019 às 16:17.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:43
 (Lucas Eduardo Soares)

(Lucas Eduardo Soares)

Dois irmãos foram presos, na manhã desta terça-feira (26), suspeitos de comandarem esquema de falsificação de documentos a motoristas de aplicativos de transporte. Eles foram detidos em flagrante nos bairros Camargos, região Noroeste da capital, e Tropical, em Contagem, e confessaram vendas a pelo menos 100 condutores de duas empresas. 

A dupla foi detida após investigação da Polícia Civil, que apura ocorrência de estupro por parte de um motorista de aplicativo, relatado por uma jovem de 21 anos. Na ocasião, ele teria obrigado a vítima a fazer sexo oral ao deixá-la na porta de casa. A situação foi registrada em um boletim de ocorrência em dezembro passado.

Durante as investigações, foi verificado que o suspeito usava perfil falso. "Notamos que a foto que estava no aplicativo não era condizente com o nome verdadeiro. A vítima veio até a delegacia e o reconheceu pelo nome", informou a delegada Larissa Mascotte. Outras duas pessoas procuraram a delegacia para denunciar o mesmo motorista e relataram que estavam sendo perseguidas. Ele dizia que era policial.

Ao cumprir um mandado de busca na casa dele, os policiais apreenderam o veículo e o aparelho celular. Uma análise do aparelho levou as investigações até os dois homens presos nesta terça-feira.

Esquema

Segundo a delegada, conversas no celular apreendido mostravam as negociações das falsificações dos documentos para a criação dos perfis nos aplicativos. Os preços firmados pelos suspeitos eram de R$ 300, àqueles que usavam documentos falsos, e R$ 500, com uma garantia: caso a empresa de transporte cancelasse a conta, por qualquer motivo, os criminosos criariam outra. A validade do "serviço" era de 1 ano.

A delegada explicou como os dados eram adquiridos pela dupla. "Eles ofereciam oportunidades de emprego por meio de empresas de fachada. Geralmente, eram para motoristas e manobristas. Tudo o que eles (a dupla) pediam, os interessados mandavam", disse. Dessa forma, falsificavam alguns dados e imprimiam documentos adulterados.

Os motoristas que procuravam pelo serviço, de acordo com Larissa Mascotte, haviam sido banidas por reclamações ou qualquer outro motivo. As investigações continuam para identificar quem são essas pessoas. Cada caso será avaliado individualmente. Além disso, a polícia apura o envolvimento de um terceiro integrante do esquema. A pena pode ser de 2 a 6 anos para o provável trio.

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