Irregularidade lança alerta para situação de animais de rua em BH

Renato Fonseca - Hoje em Dia
13/04/2014 às 07:51.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:06
 (André Brant)

(André Brant)

A série de irregularidades na Sociedade Mineira Protetora dos Animais (SMPA), que determinou o afastamento da diretoria – conforme decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) publicada na semana passada – lança o alerta para a situação dos bichos que vivem nas ruas de Belo Horizonte. Atualmente, só os cães abandonados atingem a marca de 30 mil na capital.

O levantamento foi apresentado pela Frente Parlamentar em Defesa dos Animais e tem como base pesquisa elaborada por uma clínica da cidade. A estatística, que aumenta a cada dia, é resultado do reduzido número de abrigos municipais, o baixo número de esterilizações, a inexistência de um hospital veterinário gratuito e a falta de conscientização dos donos, que insistem em abandoná-los.

Moradora do bairro Funcionários, na zona Sul, a arquiteta Marimar Poblet disse que o primeiro passo a ser dado é a construção de locais para receber os animais. Ela é dona do abrigo Cão Paixão, em Ibirité, na Grande BH. Segundo ela, não é nada fácil manter o espaço. “Excluindo os gastos veterinários, por mês tenho que desembolsar quase R$ 5 mil para o aluguel, funcionários e alimentação dos cachorros”, disse.

De acordo com Marimar, a repercussão do caso envolvendo a SMPA reacende as várias carências que ainda existem na cidade. Preocupada em recuperar o prestígio da Sociedade Protetora, ela e outros defensores da causa pretendem montar uma chapa para concorrer à próxima eleição. “É uma instituição que passou por más gestões nos últimos anos e que antes era referência. O espaço precisa ser revitalizado e vamos lutar por isso”.

Responsável pela Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, o deputado estadual Fred Costa cobra a criação de hospital veterinário gratuito, como existe em São Paulo. Ele comemorou a decisão da Justiça contra a SMPA. “Finalmente, os nossos animais serão tratados como merecem e esta instituição centenária voltará a ocupar o lugar que lhe é de direito”, disse.

Segundo o deputado, em 30 dias uma nova diretoria deverá assumir a gestão. A reportagem tentou contato com a diretoria do Sociedade Protetora dos Animais, por meio de telefone e e-mail, mas ninguém foi localizado.

Em BH

O Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte é responsável pelo recolhimento de animais que circulam em via pública sem supervisão. Em 2013, foram retirados das ruas 3.955 cães e gatos. Até fevereiro de 2014 foram 494.

Em dois dias úteis, caso não seja resgatado por seu proprietário, o bicho é castrado, vacinado, identificado com microchip e encaminhado para adoção. Desde 2011, mais de dois mil animais foram adotados. O recolhimento é feito mediante denúncia pelos telefones 3277-7411 e 7413.

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