Itamaraty desmente falso cônsul da Nigéria que 'desapareceu' com a filha belo-horizontina

Juliana Baeta
21/02/2019 às 14:44.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:39
 (Arquivo Pessoal )

(Arquivo Pessoal )

Conforme confirmou o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (21), não há nenhum registro de que Michel Olusegun Akinruli tenha sido cônsul da Nigéria no Brasil, embora ele se apresentasse desta forma no país. A família materna de Atinuke Pires Akinruli, de 9 anos, alega que ele usava o título para conseguir as coisas e que teria sido assim que ele conseguiu levar a filha para a Nigéria sem a autorização da mãe. 

A psicóloga Laurimar Pires, de 38 anos, não tem notícias da filha há mais de um mês. "A última vez que eu ouvi a voz da minha filha foi no dia 17 de janeiro. O que eu tenho mais sentido falta nestes dias todos é da risada dela. Ela tem uma risada alta, alegre. E dos abraços que ela sempre dava na gente", lamenta. 

O homem conseguiu tirar a filha do Brasil e levar para a Nigéria por meio de uma manobra judiciária. Desde 2016 ele tentava conseguir na Justiça uma autorização para viajar para o exterior com a criança, o que a mãe nunca permitiu. "Eu tinha medo que isso acontecesse por causa das próprias atitudes dele quando passava os finais de semana ou parte das férias com ela. Ele não me deixava falar com ela nestes períodos", lembra Laurimar. 
 
Ela e Michel tinham a guarda compartilhada de Atinuke em Belo Horizonte, onde o homem vivia há cerca de 10 anos. No fim do ano passado, na véspera do recesso do judiciário, o homem conseguiu uma liminar autorizando a viagem e partiu para a Nigéria. Laurimar só ficou sabendo dias depois, quando a criança já estava fora do país. 

Pouco tempo depois, o juiz que expediu a liminar voltou atrás e expediu um pedido de cooperação internacional para o cumprimento de busca, apreensão e retorno da criança. "Determinou-se a abertura de inquérito policial para apurar a responsabilidade criminal do genitor, oficiando-se à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e à Delegacia de Polícia Federal de Belo Horizonte. Foram também comunicados o Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada Brasileira na Nigéria", informou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais por meio de nota. 

Segundo Laurimar, o homem conseguiu o que queria usando o título de cônsul no Brasil. "Ele mentiu em tudo para a Justiça. Agiu como um verdadeiro '171' e agora se esconde na Nigéria considerando que está imune a tudo. Ele aproveitou todas as oportunidades que o Brasil ofereceu e agora debocha da nossa Justiça e ainda mantém minha filha na Nigéria", conclui. 

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