João Miguel é enterrado em Conselheiro Lafaiete sem presença do pai que desviou dinheiro da campanha

José Vítor Camilo
18/10/2019 às 16:06.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:17
 (Reprodução/ Instagram)

(Reprodução/ Instagram)

Foi enterrado na tarde desta sexta-feira (18), em Conselheiro Lafaiete, na região Central do Estado, o garotinho João Miguel, de 2 anos. Portador de atrofia muscular espinhal (AME), o caso dele ganhou repercussão nacional em julho deste ano, depois que o pai dele, de 37 anos, foi preso em Salvador, na Bahia, por desviar cerca de R$ 600 mil do dinheiro arrecadado em uma campanha para custear o tratamento da criança. O suspeito optou por não participar da despedida da criança. 

De acordo com o advogado do pai do menino, Túlio César de Melo Silva, o seu cliente escolheu não ir ao velório, apesar de ser um direito seu. "Ele se manifestou por escrito para a direção da unidade prisional abrindo mão do direito. Ele não se manifestou sobre a morte do filho", disse. A reportagem conversou rapidamente, por telefone, com uma amiga da família que ajudava na campanha de arrecadação. Segundo ela, o enterro aconteceu nesta tarde, logo após o velório, que estava marcado para acontecer aberto ao público entre 7h e 15h.Reprodução/ Instagram / N/A
O garotinho, que tinha acabado de completar 2 anos, faleceu nessa quinta-feira (17) em BH

A AME é uma doença genética que atinge a coluna vertebral, provocando nos pacientes a perda do controle e força musculares. A pessoa com a doença fica incapacitada de se mover, engolir ou mesmo respirar.

Para o tratamento, é utilizado o medicamento Spinraza, que desde junho é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). João Miguel morreu antes de receber a segunda dose do remédio. A primeira, aplicada no dia 30 de agosto, foi adquirida pelo governo após decisão judicial.

Investigação

Segundo as investigações da Polícia Civil, o pai de João Miguel teria roubado o dinheiro para ostentar uma vida de luxo, bancando mulheres e virando sócio em uma casa de prostituição em Salvador, na Bahia. Ele foi indiciado por quatro crimes: estelionato, apropriação e desvio de valores de pessoa portadora de deficiência, abandono material e falsa comunicação de crime. O suspeito também foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais e já foi ouvido pela Justiça.

Quem fez a denúncia foi a própria mulher do suspeito e mãe da criança, depois que o homem sumiu sem dar notícias. Enquanto era feita uma campanha para arrecadar R$ 2 milhões para o tratamento do menino de 2 anos, o pai ostentava gastos em um hotel de luxo em Salvador.

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